Em um país onde a tecnologia avança a passos largos, mas o crime organizado tenta acompanhar o mesmo ritmo, forças de segurança intensificam ações para frear a circulação de dispositivos que alimentam uma cadeia milionária de fraudes e violência. É nesse cenário de disputas invisíveis, travadas entre códigos digitais e investigações cada vez mais complexas, que autoridades brasileiras decidiram agir de forma coordenada.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro deflagrou, nesta segunda-feira (17), uma megaoperação voltada ao combate ao roubo, furto, desbloqueio e receptação de celulares em todo o país. Batizada de Operação Rastreio, a ofensiva mobiliza equipes em 11 estados e cumpre 132 mandados de busca e apreensão, visando desmontar uma rede especializada em reintroduzir no mercado aparelhos de origem criminosa.
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As ações acontecem simultaneamente no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Alagoas, Pernambuco, Maranhão, Piauí, Pará e Rondônia. Coordenada pela Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Propriedade Imaterial (DRCPIM), a operação conta com apoio do Ministério da Justiça, da Senasp, da Diopi e de várias polícias civis estaduais.
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CURSO DE DESBLOQUEIO
A investigação teve início após a prisão de um hacker considerado peça-chave no esquema. Especialista em desbloqueio remoto de celulares, ele oferecia cursos online e atendia receptadores de diferentes regiões, que enviavam aparelhos roubados para posterior revenda. A partir desse elo, a polícia rastreou comerciantes, lojistas e operadores que abasteciam o mercado ilegal a partir de lojas, boxes e quiosques.
Segundo os investigadores, parte da quadrilha usava o desbloqueio não apenas para revender os aparelhos, mas também para acessar dados sensíveis das vítimas. Com essas informações, criminosos conseguiam abrir contas bancárias, contratar empréstimos fraudulentos e realizar transferências de valores, ampliando o alcance e o lucro das ações.
APARELHOS DEVOLVIDOS
Até agora, a Operação Rastreio já recuperou mais de 10 mil celulares, dos quais 2.800 foram devolvidos aos donos. Desde o início das ofensivas, mais de 700 envolvidos em roubos, furtos e receptação foram presos.
A megaoperação reforça a necessidade de conter o mercado ilegal de celulares, que alimenta uma cadeia de crimes patrimoniais e financeiros em todas as regiões do país.
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