À primeira vista, o anúncio parece irresistível. Um carro completo, rodando, por um preço que cabe no bolso e promete resolver a vida de quem sonha com o primeiro veículo. Mas, no mercado de usados, especialmente nas plataformas online, a regra é clara: quando a oferta é boa demais, o risco costuma ser alto.
A busca por carros usados baratos tem crescido, impulsionada pela alta dos preços dos veículos novos e seminovos. Anúncios de automóveis por R$ 10 mil ou menos se multiplicam na internet, mas especialistas do setor automotivo alertam que grande parte dessas ofertas esconde golpes, documentação irregular ou problemas mecânicos graves que transformam o sonho em prejuízo.
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Modelos populares e antigos, como Fiat Palio, Volkswagen Gol (G2, G3 e G4), Chevrolet Celta e Fiat Uno, aparecem com frequência nesse tipo de anúncio. Justamente por serem carros muito procurados, acabam sendo os mais usados em esquemas fraudulentos.
Entre os principais riscos estão os chamados “carros fantasmas”, quando golpistas usam fotos de veículos que não existem ou não lhes pertencem apenas para atrair compradores e pedir um pagamento antecipado. Há ainda casos de veículos com motor, câmbio ou suspensão comprometidos, maquiados para a venda, além de carros com multas acumuladas, IPVA atrasado, bloqueios judiciais ou impedimentos de transferência.
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Outro problema recorrente é o histórico oculto do veículo. Muitos carros baratos já passaram por leilões, sofreram sinistros graves, foram recuperados de roubo ou apresentam chassi adulterado. Também é comum o vendedor não ser o verdadeiro proprietário, o que torna a negociação inválida e perigosa.
Os golpes seguem um padrão conhecido como pedido de sinal ou PIX para “segurar” o carro, pressão para fechar negócio rapidamente e desculpas para evitar encontros presenciais ou a apresentação de documentos originais.
Como sair de ciladas
Para não cair em ciladas, especialistas recomendam cautela máxima. O primeiro alerta deve soar quando o preço está muito abaixo da Tabela Fipe. Outra regra é absoluta: nunca pagar nada adiantado. Ver o carro pessoalmente, em local seguro, analisar a postura do vendedor e levar um mecânico de confiança são passos indispensáveis.
A consulta veicular completa é apontada como a principal aliada do comprador. Com ela, é possível identificar dívidas, restrições judiciais, histórico de roubo ou furto, passagem por leilão e registro de sinistros, evitando prejuízos antes mesmo da negociação avançar.
Quem busca um carro de até R$ 10 mil precisa ser realista: trata-se, em geral, de veículos com 15 a 20 anos de uso, alta quilometragem e necessidade de reparos. O foco deve ser um meio de transporte básico, adquirido apenas após uma verificação rigorosa.
No fim das contas, encontrar um bom carro usado barato é possível, mas exige paciência, desconfiança e informação. No mercado automotivo, o velho ditado segue atual: nem tudo que reluz é ouro e verificar tudo antes de comprar é a melhor forma de proteger o bolso e a segurança.
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