Congressistas de oposição afirmaram na noite desta quinta-feira (14) que a nova denúncia contra Michel Temer é mais forte do que a primeira e agrava consideravelmente a situação do presidente da República.
"É uma denúncia fulminante, que tem força jurídica, especialmente em função nas provas acumuladas em várias delações. Certamente a Câmara dos Deputados terá enorme dificuldade na apreciação desta nova denúncia", afirmou o senador Álvaro Dias (Pode-PR).
Para o líder da bancada do PT na Câmara, Carlos Zarattini (SP), a acusação reunirá mais votos contra Temer do que a primeira, que teve seu prosseguimento barrado pelos deputados por 263 votos a 227, no início de agosto.
"A situação do Temer se agrava a cada dia. Ele tem força ainda, até porque com a eleição se aproximando aparece aquela história do "deixa como tá para ver como fica". Mas com certeza os votos contra ele serão ampliados."
O líder do partido no Senado, Humberto Costa (PE), reforça: "É uma situação gravíssima. Pela primeira vez um presidente da república recebe em menos de seis meses duas denuncias. Eu acho que é uma situação extremamente grave. Integrantes da câmara não terão condições necessárias para rejeitar. É necessário que Câmara permita abertura de um processo de investigação."
O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) afirma que "é uma denúncia extremamente grave, que mostra que na cadeira da Presidência da República está sentado o chefe de uma organização criminosa que ordenou a compra do silêncio do operador financeiro desta organização criminosa. (...) É inaceitável que a Câmara, mais uma vez, impeça a Justiça de julgar Temer pelos crimes que ele cometeu."
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) diz não ter dúvida de que essa nova denúncia é "muito mais forte do que a primeira".
"Os deputados vão tomar uma decisão dramática. Vão ter que escolher entre a continuidade deles como políticos ou a continuidade do governo Temer. Não tenha dúvida, esta denúncia é muito mais forte do que a primeira. Porque não é somente uma denúncia a partir de um delator ou um grupo de delatores. É uma denúncia a partir de várias delações, de pessoas próximas ao presidente da República e de um inquérito que teve a conclusão por parte da Polícia Federal. É uma denúncia com fatos materiais muito mais graves."
Assim como na primeira denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República, a nova acusação formal será submetida à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara, para que ela emita parecer. Após isso, há a votação em plenário. É preciso o voto de pelo menos 342 dos 5413 deputados para que o Supremo Tribunal Federal seja autorizado a processar Temer. Nesse caso, o presidente da República é afastado do cargo.
(Folhapress)

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