Uma polêmica medida do governo de Jair Bolsonaro (PSL) modificou o edital para os livros didáticos que serão entregues em 2020 nas escolas públicas de todo País: pelas novas regras, não será mais necessário que os materiais tenham referências bibliográficas, além de ter sido retirado o item que impedia publicidade e erros de revisão e impressão.

As mudanças foram feitas no programa cujos livros serão comprados para o ensino fundamental 2 (6º a 9º ano) e afrouxam o rigor que era usado nas compras de livros para as escolas públicas: por exemplo, materiais que tivessem erros em mais de 10% das páginas eram desclassificados. Os critérios eram muito elogiados por profissionais do meio.

A não exigência também abre espaço para conteúdos que não sejam baseados em pesquisas, já que não há necessidade de citação da origem do material.

O item sobre propagandas retirado do edital mencionava que os livros não podiam ter “publicidade de marcas, produtos ou serviços comerciais”. Dessa maneira, não era permitido incluir ilustrações, mesmo que para análise de texto, por exemplo, de um anúncio publicitário verdadeiro.

Também foi retirada a exigência de as ilustrações “Retratar adequadamente a diversidade étnica da população brasileira, a pluralidade social e cultural do país”. Ou seja, as figuras presentes nos livros didáticos não precisariam, por exemplo, mostrar negros, brancos e índios. Um livro com apenas ilustrações com crianças brancas seria aprovado.

As publicações didáticas, no entanto, já foram enviadas em novembro ao MEC para avaliação. Agora, editoras temem que seus livros sejam reprovados ou que livros de baixa qualidade sejam incluídos.

(Com informações do portal Metrópoles)

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