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CÍRIO DE NAZARÉ

Vestígio do igarapé onde Plácido encontrou imagem

A urbanização mudou bastante o cenário, mas foi exatamente onde está, hoje, o Complexo Arquitetônico de Nazaré, que a imagem original da Santa foi encontrada. Segundo a historiadora do Círio, Mízar Bonna, o local onde foi construída a Basílica Santuário d

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A urbanização mudou bastante o cenário, mas foi exatamente onde está, hoje, o Complexo Arquitetônico de Nazaré, que a imagem original da Santa foi encontrada. Segundo a historiadora do Círio, Mízar Bonna, o local onde foi construída a Basílica Santuário de Nazaré era na verdade, em 1.700, uma área de fazendas.

A travessa 14 de Março, onde atualmente transitam carros a cada instante, já deu lugar a uma ramificação do Murucutu, o igarapé onde a representação de Nossa Senhora de Nazaré foi encontrada pelo agricultor e caçador Plácido José de Souza.

“Ali é que era o correr do igarapé da santinha”, confirma Mízar, ao se referir à rua que passa por trás da atual Basílica. A referência de que a imagem teria sido encontrada em um terreno de pedras e raízes de árvores remete à situação da região na época. Distante do local onde ficava concentrada a cidade, referente hoje ao bairro da Cidade Velha, a área da Basílica era tomada pelo mato. “Belém terminava praticamente na Praça da República, depois que rasgaram a avenida Nazaré”, lembra. “A avenida Nazaré surgiu por causa da Basílica de Nazaré”.

Segundo a lenda, após o achado, a imagem da santa foi levada por Plácido, para sua casa. Porém, a imagem teria retornado para o local de origem, às margens do igarapé. Diante do fato recebido como um milagre, o caçador decidiu construir a morada da imagem no local onde ela foi encontrada. Era o primeiro vestígio do que posteriormente veio a se transformar na Basílica.

Em um primeiro momento, a cobertura foi feita de palha e posteriormente deu lugar a uma igreja que tinha suas torres voltadas para o igarapé e, já em 1909, a Basílica de Nazaré começou a ser construída, sem a presença do igarapé do Murucutu.

Para o arquiteto Fabiano de Andrade, a forma como as ruas se constituem hoje pode ser tomada como resquício da extensão do igarapé até a área do Centro Arquitetônico de Nazaré (CAN).

Segundo ele, a elevação do nível da avenida Nazaré em contradição com o baixo nível das laterais da via, demonstram a concentração da região do alagado. Citando um mapa feito pelo engenheiro J. de Palma Muniz em 1904, ele explica a característica do local na época em que a imagem de Nazaré já havia sido encontrada.

MAPA

“No desenho do P. Muniz, a área aparece bem aberta e espalhada. A representação que ele faz é de um alagado às proximidades do desenho da igreja”, explica. “No desenho se formava uma espécie de alagado. O igarapé que passava por trás da Basílica se encontrava com outro igarapé que formava um alagado até a (travessa) 14 de Março”.

Apesar do desaparecimento do igarapé na área onde foi construída a Basílica, aterrado com o tempo e com o desenvolvimento, Mízar Bonna destaca que ainda hoje é possível ver um pedaço do igarapé em que foi encontrada a imagem: o canal da travessa 14 de Março. “É o último vestígio do igarapé da santinha”.

Diferente das árvores que cercavam as margens do igarapé do Murucutu em outra época, o que lhe ronda, hoje, é o cinza da mureta de concreto construída recentemente. A água suja que corre, hoje, passaria despercebida se não fosse o mau cheiro que emana na mais sutil aproximação. Ainda assim, a ideia de que o canal já foi o igarapé em que a imagem original da Virgem de Nazaré apareceu é bem viva na memória do ator e professor de teatro, Paulo Fonseca, que mora próximo ao local.

Desde criança, a história do rio, de Plácido, da imagem e da Basílica fazem parte de seu dia a dia. “Plácido a encontrou às margens desse igarapé e isso foi só o que restou”, comenta encostado na mureta do canal, sob a imagem da Basílica ao alto. “Nós temos essa cultura. A gente se sente protegido por ela”.

“É uma tradição que vem de geração em geração”, complementa o padre da Basílica Santuário, Giovane Incoma. Para ele, o povo paraense já assimilou que, no local onde foi erguida a Basílica, passava o córrego do achado e que deu início a maior procissão religiosa do mundo. “Nesses córregos que corriam nessa baixada, algum devoto encontrou a santinha e criou uma ermida onde começou a evolução da devoção”.

A trasladação da imagem para a Cidade Velha aconteceu em 1773 por intermédio do governo. Porém, a devoção do povo que passava pelo local do achado foi o que deu início e corpo à grande romaria que acontece hoje. “Era um pequeno início do Círio já”, afirma o padre.

IGARAPÉ

O igarapé do Murucutu era chamado assim, em 1700, pelo povo que vivia onde hoje está localizado o Complexo Arquitetônico de Nazaré (CAN). O igarapé , tão comum na região tomada pela mata, cortava a então Estrada do Maranhão e passava por trás de onde está localizada a Basílica Santuário de Nazaré.

COMO ERA EM 1.700

Segundo a historiadora do Círio, Mízar Bonna, o local onde foi construída a Basílica Santuário de Nazaré era na verdade, em 1700, uma área de fazendas.
(Diário do Pará)

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