Os cuidados com a saúde ganharam ainda mais importância nesta pandemia. Em razão das medidas protetivas de isolamento no combate ao coronavírus, muitas pessoas foram obrigadas a permanecer em casa, adquiriram outros hábitos alimentares e alteraram suas rotinas em razão das restrições de circulação.
Crises de ansiedade, compulsão alimentar e sedentarismo surgiram durante o isolamento social. O Instituto de Medicina Sallet, especializado no tratamento da obesidade e doenças metabólicas, percebeu o impacto negativo destas mudanças comportamentais em seus consultórios. Em janeiro de 2022, o número de pacientes em busca por procedimentos bariátricos no Instituto Sallet saltou 22% em relação à média mensal de consultas do primeiro semestre de 2021.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (WHO), o número de pacientes que sofrem de obesidade quase triplicou desde 1975 no mundo todo. No Brasil, conforme a Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2019, mais de 60% da população adulta apresentava excesso de peso, sendo 25% das pessoas a partir de 18 anos com algum grau de obesidade. Esses números foram agravados durante a pandemia.
“O aumento do sedentarismo, uma alimentação excessivamente calórica, distúrbios hormonais, comportamentais e diversas outras causas estão por trás do crescimento desses números”, afirma o Diretor-Médico e CEO do Instituto de Medicina Sallet, Dr. José Afonso Sallet. “A cirurgia bariátrica se tornou uma forma eficiente de se lidar com a obesidade e proporcionar melhor qualidade de vida e saúde para quem sofre com a doença”, conclui.
Há diversos tipos de tratamentos cirúrgicos disponíveis, alguns deles, considerados padrão ouro pela medicina, o que permite identificar as alternativas de tratamento com maior histórico de sucesso, menores riscos ou efeitos colaterais e com eficiência confiável para a desejada perda de peso.
Quais são os tipos de cirurgias bariátricas padrão ouro?
Antes de qualquer procedimento bariátrico, uma equipe transdisciplinar formada por médicos, nutricionistas e psicólogos avalia o paciente, realiza exames e entrevistas a fim de definir e indicar a melhor técnica cirúrgica para cada caso.
O Instituto de Medicina Sallet oferece as duas principais técnicas bariátricas padrão ouro de eficiência recomendadas para o controle da obesidade: o bypass gástrico, também conhecido por gastroplastia com derivação intestinal e o sleeve gástrico ou gastrectomia vertical, que são indicadas para pacientes que apresentam índices de obesidade severa (com Índice de Massa Corporal superior a 40 kg/m²) ou com algum grau de obesidade (IMC acima de 35 kg/m²) e sofrem de doenças metabólicas associadas e que precisam perder peso por questões de saúde.
Embora tenham os mesmos objetivos, as duas técnicas bariátricas apresentam diferenças significativas. Segundo o Dr. Sallet, “o bypass gástrico é uma técnica que visa auxiliar o paciente a emagrecer através da indução de uma saciedade precoce, provocada pela diminuição da capacidade do armazenamento gástrico, e também, reduzindo a ação do hormônio da fome".
Esta técnica cirúrgica é considerada de alta complexidade, pois consiste na construção de um novo e pequeno reservatório gástrico de cerca de 50ml e na remoção de parte do intestino responsável pela absorção de alimentos. Após a cirurgia, o paciente passará a ingerir uma quantidade bastante limitada de alimentos e, com menor absorção, perderá peso de forma significativa.
A principal vantagem do bypass gástrico é a perda de peso gradual e duradoura para os pacientes que seguem as recomendações de pós-operatório como, por exemplo, a mudança na rotina alimentar e a prática regular de atividades físicas. O bypass gástrico é a técnica de cirurgia bariátrica mais utilizada no país, correspondendo a 75% do total de procedimentos cirúrgicos realizados.
Já o sleeve gástrico é uma técnica que consiste na retirada de aproximadamente 80% do estômago, diminuindo a capacidade gástrica e, consequentemente, induzindo a saciedade precoce. “A cirurgia também promove a remoção de células produtoras do hormônio da fome - chamado grelina -, o que contribui para o sucesso do tratamento de emagrecimento", explica o Dr. Sallet;
O sleeve gástrico reconstrói um novo estômago para o paciente em formato de um tubo fino e do grampeamento da área restante. Com a restrição da capacidade gástrica e, consequente, menor ingestão de alimentos, o paciente emagrece de forma significativa. As principais vantagens desta técnica "padrão ouro" são o baixo índice de intercorrências cirúrgicas e a rápida recuperação do paciente.
O Dr. Sallet lembra que a escolha do procedimento cirúrgico dependerá de diversos fatores, entre eles, o grau de obesidade, se o paciente possui comorbidades e quais causas o levaram a essa condição. "É comum encontraramos casos em que o excesso de peso está associado a componentes genéticos, por isso, a avaliação sempre deverá envolver uma equipe transdisciplinar", finaliza.
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