Concebidos para amortecer o impacto da corrida em superfícies duras, o tênis fornece uma espécie de barreira protetora entre os pés e o terreno onde corremos. Mas será mesmo assim? A revista Science responde que não. Até mesmo com tênis mais complexo e avançado, o número de lesões causadas pela prática da corrida não tem diminuído. E esse fato leva os investigadores – e até os próprios praticantes – a suspeitar que o tênis pode não ser tão amigos dos atletas como se pensava.
E é esse o sentido do estudo, publicado no Journal of the Royal Society Interface. Quando corremos descalços, os pés funcionam como molas, absorvendo o impacto, e funcionando como energia para impulsionar a passada seguinte. Os investigadores partiram do pressuposto que sapatos excessivamente almofadados interferem no processo, estimulam os músculos do pé a relaxar, e com isso, enfraquecem a passada.
A investigação contemplou 16 participantes (uns calçados, outros descalços), que foram analisados, através de sensores de força, enquanto corriam numa esteira.
A conclusão a que chegaram foi que, na realidade, o tênis pode interferir com a capacidade do pé para funcionar como uma mola, diminuindo do tamanho do arco do pé quando assenta no chão.
Não se confirmou, no entanto, que isso enfraqueça todo o movimento, como se suspeitava. O tênis faz realmente os músculos trabalharem mais para manter o arco estável, alterando a fisiologia da execução da passada.
O melhor será começar a pensar em alternativas mais minimalistas, ou então, aventure-se a correr descalço. Existem já alguns estudos a defender que essa é mesmo a melhor solução para os amantes de corrida.
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