A terra da marujada de São Benedito abriu as portas de sua cozinha para oferecer o que de mais saboroso tem na região. Peixes, camarão, caranguejo, mexilhão, ostra, tucupi, jambu, castanha do Pará e macaxeira são alguns ingredientes que compõem os pratos do VI Circuito Gastronômico Sabores do Caeté, que está movimentando os principais restaurantes de Bragança, no nordeste paraense. O evento é promovido pelo Sebrae com propósito de aquecer o turismo e movimentar a economia da cidade, por meio de uma experiência gastronômica que interage com a cultura, valorizando os saberes locais.
Se a ideia do circuito também era fazer com que os pratos mexessem com os sentidos do público, os chefs de cozinha deram o recado. Foram além disso e despertaram sentimentos. Que o diga Thyago Bred, que preparou o "velha infância bragantina", petisco inspirado nos salgadinhos que são vendidos por crianças na frente de igrejas e do ginásio em dias de eventos. O chef deu um toque gourmet na receita.
A chef de cozinha Rose Massias optou por um prato que homenageia a Marujada de São Benedito. Criou a "Mariscada São Bené", feita com mexilhão, camarão, caranguejo, purê de macaxeira, tucupi e jambu. O petisco é decorado com fatias de tomate cujo tom de vermelho remete a saia das marujas. "Acho que a importância de participar deste circuito é que ele nos permite sair da zona de conforto e inovar na nossa culinária", ressalta.
Rose criou ainda o "Tupinambá", petisco feito feito com massa de coxinha, goma, camarão, tucupi, jambu, pimenta e caranguejo. As iguarias são oferecidas em restaurantes distintos.
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Ao todo são dez restaurantes participando do circuito e o Kial é o único estabelecimento que não está no centro de Bragança. Fica na Vila dos Pescadores, em Ajuruteua. Lá, o prato preparado para o Sabores do Caeté é o "Caviar amazônico", feito com a de pescada amarela, macaxeira e molho de tucupi agridoce. Para a gerente Mel Oliveira, o Circuito Gastronômico permite à comunidade se apresentar para o turismo, mostrar suas peculiaridades e a partir disto alcançar desenvolvimento econômico e social.
A gestora do Projeto de Gastronomia do Sebrae na região Caeté, Ediane Nascimento, pontua justamente este objetivo do circuito de movimentar a economia da região, permitindo aos empreendedores potencializarem seus negócios. “É um evento que mostra o Bragança tem de melhor. É uma oportunidade também de aquecer a economia local, trazendo resultados para os pequenos produtores, para os meios de hospedagem. Ou seja, movimentando uma ampla cadeia que vai além do turismo gastronômico", ressalta.
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Uma cadeia econômica que tem se destacado no Pará e está inserida no VI Circuito Gastronômico Sabores do Caeté vem a do cultivo de ostras na região do salgado paraense. Segundo o Sebrae, o Estado produz 2,5 milhões de ostras por ano. O alimento é a base do prato "Pérolas do Caeté", elaborado pelo chef Alessandro Oliveira, do restaurante Baiuca. O menu traz quatro ostras preparadas com ingredientes diferentes, entre eles jambu, tucupi e queijo do Marajó.
"A gente saiu do tradicionalismo de servir as ostras cruas ou gratinadas ou no bafo e buscou os nossos insumos e ingredientes, que vão desde queijo do Marajó, passando pelo tucupi e pelo jambu, e fizemos 32 receitas. Destas, escolhemos quatro para apresentar no circuito", disse Alessandro.
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O Pará é um dos Estados que mais exportam peixes no Brasil. A abundância desse alimento na região reflete na culinária local. O peixe associado a ingredientes regionais proporciona uma explosão de sabores que satisfaz a todos os paladares, desde os mais simples aos mais sofisticados. Foi com esta proposta de misturar alimentos que a chef Antônia Oliveira participa do circuito com o prato "Égua do Peixe", feito com filé de pescada amarela empanado na macaxeira, banana da terra e arroz de jambu.
O peixe também é a base do prato servido no restaurante Varanda do Caeté, que preparou o petisco 'Cigarrete de peixe', feito com filé de corvina, farinha de tapioca, castanha do Pará e molho pesto de jambu.
Os bordões e expressões dos paraenses também deram nome ao cardápio feito pela Caroline Morales. Ela batizou com 'Só te digo vai' uma trilogia de salgados feitos a partir da releitura de receitas regionais e internacionais.
Para quem prefere um cardápio mais leve, tem a opção do caldo "Xibata", feito com camarão, macaxeira, tucupi e jambu.
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