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REFUGIADOS

Venezuelanos sem teto vivem nas ruas de Marabá

Número de refugiados em situação de rua tem crescido na cidade.

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Imagem ilustrativa da notícia Venezuelanos sem teto vivem nas ruas de Marabá camera Muitas pessoas se encontram nas ruas | Evangelista Rocha / Correio do Carajás

Atualmente no Brasil são 222 mil pessoas vivendo em situação de rua. Uma nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) diz que o número de pessoas nessa situação cresceu 140% entre 2012 e março de 2020. Desemprego é uma das maiores causas.

Em Marabá, sudeste paraense, algumas cenas têm causado preocupação. Famílias inteiras dormindo em calçadas ou mendigando para sobreviver. Com a chegada dos refugiados venezuelanos o caso se agravou ainda mais.

A reportagem do site Correio de Carajás destaca o cotidiano dessas pessoas. Aos arredores do Terminal Rodoviário, na Folha 32, e o semáforo da BR-230, à altura da Folha 33, os venezuelanos se dividem entre pedir ajuda aos motoristas que por ali trafegam e mostrar a situação em que se encontram nos cartazes. Nas frases estão pedidos de ajuda para que não morram de fome.

A abertura da fronteira com a Venezuela nos últimos dias pode ser um dos motivos para esse aumento de pessoas em Marabá. Uma portaria do dia 23 de junho de 2021 dispõe sobre a restrição temporária de estrangeiros no Brasil, mas permite a assistência emergencial para acolhimento e regularização migratória a pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária.

Dois venezuelanos que estavam no semáforo da Folha 33 tentam sobreviver com a ajuda do próximo.

Um jovem e artista de rua saiu da Venezuela há mais de 6 anos. Ele tira seu sustento dos malabarismos que realiza nos semáforos. Com facões usados para malabarismo, ele tenta conseguir um dinheiro dos motoristas que passam por ali. O outro imigrante é um senhor, recém chegado. Com um cartaz pedindo ajuda, ele busca um dinheiro para alimentar sua família que o aguardava embaixo de uma árvore ali próximo.

Nepfer tem 30 anos e afirma que conheceu Marabá há cerca de um ano. Rodou em algumas cidades por um tempo e, recentemente, mais precisamente três semanas, deixou a esposa e filho de cinco meses em Altamira para retornar à Marabá e trabalhar com sua arte nas ruas.

Morando em um quarto alugado ali próximo, o rapaz explica que para conseguir se manter, precisa tirar no mínimo R$ 50 por dia. “Não consigo ficar muito tempo em um lugar só. Mas agora tenho gente me esperando em Altamira, em algumas semanas volto para lá”.

Roselindo com o seu cartaz
📷 Roselindo com o seu cartaz |Evangelista Rocha / Correio do Carajás

Há menos de duas semanas, seu Roselindo, 41 anos, chegou à Marabá. Tendo o estado de Roraima fronteira com a Venezuela, ele se tornou porta de entrada dos imigrantes.

Ele afirma que saiu do país pois lá acabou tudo. “Não tem roupa nem alimento”, fala.

A Prefeitura de Marabá oferece abrigo e suporte aos refugiados, porém o sistema que eles adotam é rejeitado pelos venezuelanos.

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