Dois gorilas no Zoológico de San Diego, na Califórnia, testaram positivo para COVID-19, se tornando os primeiros casos registrados em grandes primatas. Três dos macacos apresentaram sintomas da doença essa semana, e as autoridades do zoológico não descartaram que outros membros do grupo também sejam infectados.
Desde que a pandemia surgiu, houve preocupações sobre como o vírus poderia impactar os primatas; certas doenças virais, incluindo as respiratórias, são conhecidas por serem transmissíveis entre humanos e primatas, que são nossos parentes mais próximos e também alguns dos mamíferos mais ameaçados do mundo.
“Apesar de todos os esforços e dedicação dos membros da nossa equipe para proteger os animais silvestres sob nossos cuidados, nosso grupo de gorilas testou positivo para SARS-CoV-2”, disse Lisa Peterson, diretora executiva do zoológico, em um comunicado.
Segundo a diretora do zoológico, os gorilas apresentaram sintomas leves das doenças, com congestão nasal e tosse, mas a real extensão do dano que a doença pode causar ainda é desconhecida.
“Estou realmente surpreso que isso não tenha acontecido antes, dada a frequência com que o vírus penetra em outras áreas bem protegidas, como lares de idosos”, disse Fabian Leendertz, ecologista de doenças infecciosas de primatas do Instituto Robert Koch, em Berlim.
“Agora é importante ver o quão grave a doença fica e como ela se espalha, MAS mesmo que a doença permaneça bastante leve, isso não significa que será igual com os grandes primatas selvagens, já que no caso deles muitos outros fatores estão presentes que podem levar a doenças mais graves.”
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O Zoológico de San Diego disse que um membro da equipe assintomática pode ter infectado os gorilas. “O fato de estarmos vendo a primeira evidência de exposição de macacos apenas agora, após meses de potencial de transmissão para primatas cativos e selvagens, ressalta o grande papel da proximidade como a principal fonte de infecção, e não apenas a exposição às superfícies contaminadas”, disse Thomas R. Gillespie, ecologista e biólogo de conservação da Universidade em Emory em Atlanta (EUA).
Ano passado, surgiram relatos de animais de estimação, como gatos e cães que pegaram o vírus de humanos, mas não há pesquisas suficientes para determinar o risco e os danos da doença nos animais.
No entanto, houve alguns surtos bem conhecidos, com uma onda de infecções varrendo populações de furões na Europa entre abril e junho do ano passado. Sua capacidade de transmitir o vírus de volta aos humanos levou à decisão da Dinamarca de exterminar 17 milhões de furões em novembro.
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