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Canadenses queimam igrejas após descoberta de genocídio

Encontraram pelo menos 750 valas comuns com os restos de crianças indígenas que os internatos católicos do início do século XX tentavam ′′converter".

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Imagem ilustrativa da notícia Canadenses queimam igrejas após descoberta de genocídio camera Uma das igrejas que os canadenses atearam fogo, revoltados contra o passado | Reprodução Facebook

Uma verdade muito incômoda para a Igreja Católica está vindo à tona e pode fazer com que a instituição tenha que falar publicamente sobre um assunto espinhoso: o genocídio indígena promovido por cristãos dessa religião, principalmente no período de colonização da América.

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Na última quarta-feira (30), uma comunidade indígena canadense anunciou a descoberta de 182 restos mortais próximo a uma antiga escola católica para crianças indígenas. Naquela região da América do Norte, assim como na América Central e do Sul, eram comuns escolas deste tipo, onde eram repassados aos indígenas uma visão demoníaca sobre a cultura nativa, em contraposição a religiosidade europeia.

Logo após a informação, muitas pessoas se reuniram para protestar, algumas inclusive ateando fogo em alguns templos. Os manifestantes exigem alguma retratação do Vaticano.

Em um comunicado divulgado na quarta-feira, a Lower Kootenay Band disse que os restos mortais provavelmente pertenciam a pessoas das bandas da Nação Ktunaxa – da qual é membro – e de outras comunidades indígenas vizinhas. A Escola Missionária de Santo Eugênio, onde a descoberta dos restos mortais foi anunciada na quarta-feira, foi operada entre 1890 e 1969 por ordens católicas.

Antes da notícia da semana passada, também foram encontrados em outros locais, sempre próximos as antigas escolas indígenas. Na semana passada, o choque foi agravado depois que uma Primeira Nação em Saskatchewan disse que a tecnologia havia encontrado 751 vestígios no local de uma antiga escola em suas terras.

Uma Comissão Nacional da Verdade, a semelhança do que aconteceu no Brasil com as investigações sobre o período da ditadura militar, foi implementada no parlamento canadense. Nessa comissão foi concluído que estas escolas cometiam abuso físico, mental e sexual com os alunos indígenas. Alguns destes locais funcionaram por mais de 100 anos, a partir do final do século XIX. Em todas era proibido as línguas e práticas indígenas.

A Igreja Católica nunca pediu desculpas pelos abusos, mesmo pressionada pelo governo canadense. Mas, a repercussão das recentes descobertas está mudando as atitudes do Vaticano. A delegação de líderes indígenas levará a questão da compensação nas reuniões do Vaticano, disse Perry Bellegarde, chefe nacional da Assembleia das Primeiras Nações, a maior organização indígena do Canadá, No entanto, seu foco será persuadir o papa a vir ao Canadá para se desculpar.

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