Uma mulher trans natural da Malásia precisou se refugiar na Austrália depois de sofrer perseguição em seu país por ter usado um véu islâmico em uma sessão de orações. Nur Sajat concedeu uma entrevista ao jornal New York Times, que foi publicada na última quinta-feira (21).
Na Malásia, o sistema legal é duplo. Enquanto os muçulmanos seguem a lei da Sharia, que é baseada no Islã, o restante da população segue um código civil que não permite relação homossexuais, lésbicas e pessoas transgêneros.
O caso aconteceu em 2018, quando Sajat usou um véu muçulmano para participar de uma oração na inauguração de um prédio na capital do país, Kuala Lumpur. Três anos depois, a jovem foi processada por insultar o Islã usando roupas femininas. Com isso, ela corria o risco de ser enviada para um “centro de reabilitação” para pessoas trans.
Ao New York Times, ela disse que sua família é muçulmana e que foi criada nessa religião. Sajat garante que faz muita caridade, que é um dos preceitos do Islã, e que seu negócio segue as regras para ser certificado como halal (ou seja, que segue as regras do Islã).
Ela explicou ainda que em janeiro deste ano foi convocada ao departamento de assuntos religiosos do estado onde sua empresa funciona. Lá, os agentes disseram que foram feitas reclamações sobre ela e, segundo a moça, três homens a chutaram, chegou a ser algemada e, na corte, os homens passaram as mãos em seus seios.
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A história foi confirmada por sua mãe. Ela conta que questionou como os muçulmanos podiam tratar com a filha dela daquela forma, e eles responderam dizendo que "a sua filha é um homem, então não teria problema".
No mês seguinte, fevereiro, Sajat fugiu para a Tailândia. Alguns meses depois, o governo local afirmou que ela entrou no país ilegalmente. Foi nesse momento que viajou para a Austrália onde atualmente vive com medo de ser extraditada para seu país.
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