O diabetes mellitus tipo 1, assim como o tipo 2, é caracterizado pelo excesso de glicose (açúcar) no sangue, o que desencadeia uma série de complicações no organismo. Mas, nesse caso, a doença surge em geral na infância e na adolescência e traz sintomas como vontade urinar e perda de peso e tem origem autoimune.
Um americano de 64 anos pode ser o primeiro paciente a estar totalmente curado de diabetes tipo 1 no mundo. Brian Shelton foi submetido a um novo tratamento com células-tronco que produzem insulina e surpreendeu os especialistas. “É uma vida totalmente nova” […] “É como um milagre”, disse Shelton.
Quando o açúcar no sangue despencava, a chamada hipoglicemia, ele perdia a consciência de repente. Brian Shelton já bateu com a motocicleta e também desmaiou no quintal de um cliente enquanto entregava correspondência. Após esse episódio, o supervisor disse para ele se aposentar. Ele tinha 57 anos na época.
“Tive medo de deixá-lo sozinho o dia todo”, disse a ex-esposa, Cindy Shelton, que o levou para na casa dela em Elyria, Ohio.
No início deste ano, ela soube de uma convocação para que pessoas com diabetes tipo 1 participassem de um ensaio clínico da Vertex Pharmaceuticals. A empresa estava testando um tratamento desenvolvido ao longo de décadas por um cientista que prometeu encontrar uma cura depois que seu filho bebê e sua filha adolescente contraíram a doença devastadora.
Em 29 de junho, ele recebeu uma infusão de células, cultivadas a partir de células-tronco, exatamente como as células do pâncreas produtoras de insulina que faltavam em seu corpo. Hoje seu corpo controla automaticamente os níveis de insulina e de açúcar no sangue.
Shelton, agora com 64 anos, pode ser a primeira pessoa a ser curada da doença com o novo tratamento. Especialistas acreditam que a nova medicação deva chegar logo aos1,5 milhão de americanos que sofrem de diabetes tipo 1.
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Especialistas em diabetes ficaram surpresos, mas pediram cautela. O estudo continua e durará cinco anos, envolvendo 17 pessoas com casos graves de diabetes tipo 1. Não se destina a ser um tratamento para a diabetes tipo 2 mais comum.
“Há décadas procuramos que algo assim aconteça literalmente”, disse o Dr. Irl Hirsch, um especialista em diabetes da Universidade de Washington que não esteve envolvido na pesquisa.
Ele quer ver o resultado – ainda não publicado em um jornal revisado por pares – replicado em muito mais pessoas. Ele também quer saber se haverá efeitos adversos imprevistos e se as células durarão por toda a vida ou se o tratamento terá de ser repetido.
O Dr. Peter Butler, um especialista em diabetes da UCLA que também não esteve envolvido na pesquisa, concordou, oferecendo as mesmas ressalvas.
“É um resultado notável”, disse Butler. “Ser capaz de reverter o diabetes devolvendo-lhes as células que faltam é comparável ao milagre quando a insulina foi disponibilizada pela primeira vez há 100 anos.”
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