Cientistas da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, conseguiram transplantar dois rins de porco geneticamente modificados para um ser humano com morte cerebral. O resultado foi divulgado nesta quinta-feira (20) em um artigo científico publicado na revista American Journal of Transplantation.
A intenção do transplante é avaliar como o corpo humano reage ao órgão do animal para que cirurgias do tipo possam ser realizadas no futuro.
De acordo com o artigo, o ser humano transplantado não teve rejeição aos órgãos e os dois rins permaneceram funcionando até os aparelhos que mantinham a pessoa viva serem desligados, 74 horas depois.
"Em resumo, nosso estudo sugere que as principais barreiras ao xenotransplante humano foram superadas e identifica onde novos conhecimentos são necessários para otimizar os resultados do xenotransplante em humanos", concluem os cientistas.
O rim do porco precisa ser geneticamente modificado para que não cause rejeição no ser humano. Estudos para que o xenotransplante seja possível já são realizados há anos no mundo. No Brasil, a Universidade de São Paulo (USP) desenvolve pesquisa similar que deverá fazer testes em humanos em dois anos.
Em outubro, médicos do centro médico Langone Health da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos, realizaram o primeiro transplante do tipo no mundo, porém o resultado da operação ainda não foi publicado em artigo científico.
O rim também foi monitorado pelos três dias seguintes, não apresentou sinais de rejeição e continuou funcionando normalmente.
Transplante de coração
Em janeiro foi transplantado o primeiro coração de porco para um ser humano. A cirurgia foi realizada no Hospital Universitário de Maryland. O homem de 57 anos vivia ligado a uma máquina para que o sangue circulasse. Até o momento, ele não apresentou rejeição ao coração do porco.
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