O ex-papa Bento XVI reconheceu, nesta terça-feira (8), que ocorreram erros no tratamento de casos de abuso sexual quando era arcebispo de Munique, décadas atrás. Ele não mencionou diretamente, no entanto, as alegações presentes em relatório de que não lidou devidamente com quatro casos. Análise separada, escrita por quatro colaboradores, contesta alegações específicas contra ele.
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Bento XVI, de 94 anos e que tem enfrentado problemas de saúde, divulgou carta, após relatório divulgado no mês passado sobre a ocorrência de abusos na arquidiocese de 1945 a 2019, que incluía suposta falta de ação nesses casos pelo então cardeal Joseph Ratzinger, quando era arcebispo de Munique, de 1977 a 1982.
"Tive grandes responsabilidades na Igreja Católica. Ainda maior é minha dor pelos abusos e erros que ocorreram nesses diferentes lugares durante meu mandato", disse na carta, sua primeira resposta pessoal ao relatório.
Bento XVI afirmou ainda que, apesar de quaisquer erros que possa ter cometido, Deus será o árbitro final. "Em breve, estarei diante do juiz final da minha vida."
Depois de o relatório alemão ser publicado pela primeira vez, o ex-papa admitiu ter estado em uma reunião, em 1980, sobre um caso de abuso sexual enquanto era arcebispo de Munique. Ele disse ter informado erroneamente aos investigadores alemães que não estava lá.
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Na época, o secretário pessoal de Bento XVI, o arcebispo Georg Ganswein, afirmou que a omissão foi resultado de descuido na edição da declaração e não má-fé.
Na carta, o ex-papa disse: "Para mim, provou-se profundamente doloroso que esse descuido tenha sido usado para lançar dúvidas sobre minha veracidade e até me rotular de mentiroso".
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