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SAÚDE

Droga para tratamento de câncer expulsa HIV das células

O estudo foi publicado na revista especializada Science Translational Medicine no último dia 26 e contou com pesquisadores dos Estados Unidos, Canadá e Austrália.

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Imagem ilustrativa da notícia Droga para tratamento de câncer expulsa HIV das células camera Medicamento para tratamento de câncer pode reverter a latência do HIV, ou seja, a capacidade do vírus de se "esconder" dentro das células de pessoas portadoras de HIV e em terapia antirretroviral | Reprodução/Pixabay

O uso de uma droga indicada para tratamento contra câncer teve sucesso em expulsar o vírus HIV dormente de células de pacientes vivendo com o patógeno. O imunoterápico, chamado de pembrolizumabe, teve sucesso em reverter o processo de latência do HIV em células de pessoas com câncer que fazem uso de coquetéis antirretrovirais e possuem carga viral controlada –isto é, abaixo dos níveis que podem levar ao desenvolvimento de Aids.

Com a expulsão do vírus HIV no citoplasma, as células de defesa puderam identificar o vírus latente e agir na morte celular das mesmas. A pesquisa é um passo adiante na busca por drogas capazes de atacar células infectadas pelo vírus no organismo, um dos principais desafios para a criação de uma vacina contra Aids.

O estudo foi publicado na revista especializada Science Translational Medicine no último dia 26 e contou com pesquisadores dos Estados Unidos, Canadá e Austrália. Para identificar a ação do medicamento, o ensaio clínico incluiu 32 voluntários, dos quais 29 (91%) possuem carga viral indetectável e apenas três (9%) possuíam nível viral acima do limite de detecção.

Veja também:

A droga age na liberação de moléculas anti-PD-1, sigla para proteína 1 programadora de morte celular. Essa proteína inibe a ação de células de defesa T (como CD4+ e CD8+, responsáveis por atacar patógenos e células tumorais), capazes de identificar o vírus invasor.

CICLOS

Algumas células T possuem longa vida e “guardam” o vírus HIV por anos. Portanto, ao se ligar nessas moléculas, o anticorpo monoclonal pode ajudar o organismo a identificar as células infectadas e atacá-las. Cada um dos voluntários recebeu um ciclo de terapia e foi avaliado a cada três semanas para determinar a quantidade de células T e de material genético do HIV após o tratamento.

Após oito dias do primeiro ciclo, a quantidade de fragmentos do RNA viral detectados aumentou 1,32 vezes, ou seja, a droga teve sucesso em “expulsar” o vírus dormente das células. Esse número chegou a 1,6 vezes maior a partir do 22º dia, quando começou o segundo ciclo.

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