A arqueologia leva anos, décadas e até mesmo meio século para concretizar uma única descoberta relevante. O trabalho meticuloso de escavar e peneirar é seguido por longos períodos de espera, análise e interpretação. Os últimos 12 meses, porém, testemunharam anúncios regulares de desdobramentos e descobrimentos alguns esperados, embora outros bastante surpreendentes que aprofundam e ampliam nossa compreensão sobre narrativas bíblicas.
Essa semana uma caverna contendo artefatos de mais de 3300 anos foi encontrado por acaso durante obras no Parque Nacional Palmachim, em Israel. A grande descoberta foi retratada pelo site The Jerusalem Post, que segundo a reportagem, em seu interior havia dezenas de objetos de cerâmica e bronze que remontam ao período do faraó Ramsés II, monarca associado ao Êxodo da Bíblia.
De acordo com estudos bíblicos, a palavra êxodo significa “saída” ou “partida”. O Livro de Êxodo nos traz um relato da libertação de Israel do cativeiro egípcio e sua preparação para herdar a terra prometida como povo do convênio do Senhor.
Pesquisadores da Autoridade de Antiguidades do país disseram que o local parece um "cenário de filme de Indiana Jones". Segundo os eles, um trator atingiu o topo da caverna durante escavações no parque. Ao investigar o que havia lá dentro, os arqueólogos descobriram que o local era usado em rituais funerários.
Os vasos de cerâmica e bronze eram oferendas que serviriam aos falecidos na vida após a morte. Os objetos estão tão bem preservados que o local parece congelado no tempo. “Esta é uma descoberta única na vida! Uma caverna com vasos intocados por 3300 anos, desde o final da Idade do Bronze, na época do poderoso rei Ramsés II", disse Eli Yannai, da Autoridade de Antiguidades de Israel.
"O fato de a caverna ter sido lacrada, e não saqueada em épocas posteriores, nos permitirá empregar os modernos métodos científicos disponíveis hoje para recuperar muitas informações dos artefatos e dos resíduos existentes nos vasos, por exemplo, restos orgânicos que não são visíveis a olho nu. A caverna pode fornecer uma imagem completa dos costumes funerários do final da Idade do Bronze", completou.
No interior da caverna havia principalmente vasos de cerâmica, como tigelas fundas e rasas, alguns cálices com pés pintados de vermelho, além de jarros, alguns importados da costa libanesa. Também havia jarros menores, usados para armazenar e comercializar mercadorias caras. “Os achados na caverna datam do século XIII a.C. (Idade do Bronze Tardia)”, disse Yannai.
“Neste período, no longo reinado da décima nona dinastia egípcia do Faraó Ramsés II, o Império Egípcio controlava Canaã, e a administração egípcia oferecia condições seguras para um amplo comércio internacional”, explicou.
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