Mundo terá calor recorde até 2027 e menos chuva na Amazônia

Após um novo levantamento publicado nesta quarta-feira (17), a Organização Meteorológica Mundial faz um alerta que o planeta atravessará um período de temperaturas altas inéditas nos próximos cinco anos, de acordo com o levantamento, haverá um profundo impacto em diversas regiões do mundo.

A previsão é de queda no regime de chuvas na Amazônia, com impactos que chegaram a afetar a agricultura brasileira.

Esse fenômeno, ainda será alimentado pela concentração bastante elevada de gases de efeito estufa que retêm o calor e pelo El Niño, que vai retornar com força. Ainda de acordo com a entidade, oito anos foram os anos mais quentes já registrados.

Agora, a agência ligada às Nações Unidas prevê:

- Entre 2023 e 2027, há 66% de probabilidade de que a média anual da temperatura global próxima à superfície seja superior a 1,5°C acima dos níveis pré-industriais por pelo menos um ano.

- Nos próximos cinco anos, há uma probabilidade de 98% seja o mais quente já registrado.

"Prevê-se que as temperaturas médias globais continuem aumentando, afastando-nos cada vez mais do clima com o qual estamos acostumados”, disse Leon Hermanson, cientista que liderou o novo estudo em entrevista ao UOL.

O Painel Intergovernamental fez um alerta em 2022 sobre Mudanças Climáticas e apontou para os riscos relacionados ao clima para os sistemas naturais e humanos diante de um aquecimento global de 1,5 °C.

O secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, deixou claro no final do ano passado diante da constatação que "o mundo está em uma encruzilhada - e nosso planeta está na mira". "Estamos nos aproximando do ponto de não retorno, de ultrapassar o limite acordado internacionalmente de 1,5 grau Celsius de aquecimento global", insistiu.

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Metas estabelecidas pelo Acordo de Paris estabelece de longo prazo para orientar todas as nações a reduzir substancialmente as emissões globais de gases de efeito estufa, com o objetivo de limitar o aumento da temperatura global neste século a 2 °C e, e assim, buscar esforços para limitar o aumento ainda mais a 1,5 °C, para reduzir impactos adversos e perdas e danos relacionados.

Queda de chuvas na Amazônia

Os próximos anos serão marcados por anomalias nos regimes de chuvas em várias partes do mundo, inclusive no Brasil.

"Os padrões de precipitação previstos para 2023 em relação à média de 1991-2020 sugerem uma maior chance de redução de chuvas em partes da Indonésia, da Amazônia e da América Central", disse o informe.

As previsões para os próximos cinco anos mostram anomalias de umidade no Sahel, norte da Europa, Alasca e norte da Sibéria, e anomalias de seca para essa estação na Amazônia e oeste da Austrália.

No Brasil o sul também será afetado, "Entre 2018 e 2022, partes da Ásia, sudeste da América do Norte, nordeste da América do Sul e o Sahel africano foram mais úmidos do que a média, e o sul da África, Austrália, sul da América do Sul, oeste da Europa e partes da América do Norte foram mais secos do que a média", disse.

"A Austrália e o sul da América do Sul foram, em sua maioria, mais secos do que a média durante os cinco anos em ambas as estações", constatou.