Durante a abertura da reunião de cúpula do Mercosul no Rio de Janeiro nesta quinta-feira (7), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a crescente preocupação do bloco em relação à disputa territorial entre Venezuela e Guiana sobre a região do Essequibo.
Lula enfatizou que o Mercosul não pode se manter indiferente diante dessa situação. "Estamos acompanhando com crescente preocupação os desdobramentos relacionados à questão do Essequibo. Não queremos que esse tema afete o processo de integração regional ou represente uma ameaça à paz e estabilidade", afirmou o presidente.
Carta
Os líderes dos países membros do bloco sul-americano planejam assinar uma carta durante a cúpula, solicitando à Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e à antiga União de Nações Sul-Americanas (Unasul) que atuem como mediadores entre Venezuela e Guiana. Lula ofereceu o Brasil como sede para possíveis reuniões na busca por um acordo. "É importante frisar que não desejamos conflitos na América do Sul. Nosso objetivo é construir a paz, e trataremos este assunto com a devida seriedade", ressaltou Lula.
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A questão do Essequibo
- No último domingo (3), a Venezuela realizou um referendo sobre a anexação da região do Essequibo, aprovada por uma ampla margem, conforme dados do governo venezuelano. Logo após a votação, o presidente Nicolás Maduro divulgou um novo mapa do país incluindo esse território.
- O Essequibo, originalmente parte da Grande Venezuela, foi ocupado pelos britânicos, colonizadores da região da Guiana, no século 19. Uma arbitragem no início do século 20, contestada pela Venezuela, manteve o território sob controle do Reino Unido e, após a independência da Guiana, como parte integrante do país.
- Apesar de ser uma região pouco habitada e de difícil acesso, o Essequibo abrange dois terços do território da Guiana e é rico em recursos minerais.
- O governo brasileiro vem monitorando atentamente a escalada retórica venezuelana nas últimas semanas. Celso Amorim, assessor da presidência, foi enviado por Lula a Caracas há cerca de duas semanas para dialogar com Nicolás Maduro, mas não obteve sucesso em reduzir a intensidade das declarações do presidente venezuelano.
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Brasil proibiu entrada de militares venezuelanos no território brasileiro
Na fronteira brasileira com os dois países, as Forças Armadas aumentaram sua presença e estão em prontidão. A única estrada que conecta a Venezuela ao Essequibo passa por 400 quilômetros do território brasileiro, no estado de Roraima. O Brasil já deixou claro que não permitirá a entrada de militares venezuelanos.
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