A lua é um grande fascínio da humanidade e a vontade de explorá-la só aumenta com o passar dos anos. Desde a década de 60, quando homem pisou na lua pela primeira vez, mais nenhuma missão conseguiu e parece que não será em 2024 de novo.
O módulo Peregrine, que poderia fazer o primeiro pouso de uma empresa privada na Lua, não tem mais chance de alunissar. O motivo é um vazamento de combustível, anunciou a Astrobotic nesta terça-feira (9).
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Havia, ainda, propelente suficiente para aproximadamente 40 horas de voo, e engenheiros buscavam formas de estender a vida operacional da sonda. A empresa acrescentou que continuava recebendo dados que podem ser utilizados na próxima missão.
A notícia veio no dia seguinte ao lançamento do módulo em um foguete Vulcan Centaur, em Cabo Canaveral, na Flórida (EUA). Esse foi o primeiro voo do foguete, desenvolvido pela United Launch Alliance (ULA), joint-venture da Boeing e da Lockheed Martin.
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ENERGIA SOLAR
Os primeiros problemas apareceram ainda na segunda (8), quando o Peregrine se separou do segundo estágio do lançador e deu início a seu voo autônomo.
Os sistemas de propulsão da sonda foram ativados, mas a espaçonave não conseguiu apontar de forma estável seus painéis fotovoltaicos na direção do Sol.
As baterias rapidamente perderam sua carga. Foi possível, contudo, estabelecer comunicação entre a sonda e os controladores na sede da Astrobotic, em Pittsburgh, o que permitiu aos engenheiros fazerem uma manobra de improviso para realizar o direcionamento dos painéis.
BLECAUTE
Passado um período de blecaute de comunicações programado, os controladores constataram que a manobra fora bem-sucedida e as baterias estavam recarregando. Mas, às 15h03 de segunda (horário de Brasília), a empresa comunicou que a falha detectada no sistema de propulsão estava causando um vazamento crítico de combustível.
O vazamento continuou nesta terça e, no primeiro comunicado do dia, a empresa dizia que o objetivo passou a ser aproximar a sonda o máximo possível da Lua.
À tarde, a Astrobotic declarou que chegou ao fim o plano de levar a espaçonave à superfície lunar. "Infelizmente, devido ao vazamento de propelente, não há mais chance de um pouso na Lua."
O módulo deixou a Terra com 21 cargas úteis, sendo seis deles da Nasa. Entre eles estavam uma série de equipamentos, como espectrômetros, sensores e minirrôbos.
Também havia cargas sem objetivos puramente científicos, a exemplo de uma cápsula do tempo com mensagens de mais de 80 mil crianças e de uma placa em memória da humanidade na Lua.
A sonda transportava ainda cinzas de ao menos 69 pessoas, entre as quais de Gene Roddenberry, criador de "Star Trek", e das atrizes da série Majel Roddenberry e Nichelle Nichols.
PROFANAÇÃO
Em razão da presença de cinzas, indígenas dos Estados Unidos classificaram a missão como uma "profanação" da Lua, um astro sagrado em sua cultura.
- Nos últimos anos, missões privadas de Israel e Japão, assim como uma tentativa recente da agência espacial russa, fracassaram na tentativa de pousar na Lua.
- Até agora, apenas agências espaciais nacionais conseguiram realizar uma alunissagem suave no satélite natural da Terra: a União Soviética foi a primeira, em 1966, seguida pelos Estados Unidos, que continuam sendo o único país que levou humanos à Lua.
- A China tocou a superfície do satélite natural com sucesso em três ocasiões na última década, e a Índia foi a mais recente, ao conseguir a façanha em sua segunda tentativa no ano passado.
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