Uma mansão em estilo espanhol em Los Angeles, nos EUA vendida em 2020 por US$ 2,35 milhões ou cerca de R$ 12 milhões, não consegue encontrar um novo dono. O motivo? O local possui um passado macabro.
Construída em 1925, o imóvel possui cinco dormitórios e quatro banheiros, sala de jantar, biblioteca, ampla cozinha, salão social e garagem para cinco carros, poderia ser facilmente vendida. Mas um assassinato seguido de suicídio no local em 1959 continua a espantar possíveis compradores.
O crime
Na noite do dia 6 de dezembro de 1959, o médico Harold Perelson matou com um martelo a esposa Lilian enquanto ela dormia. Em seguida, ele foi ao quarto da filha mais velha, Judy, de 18 anos, e a atacou com uma martelada na cabeça. Os gritos dela acordou a irmã mais nova, Debbie, de 11 anos, e o irmão do meio, Joel, de 13.
Debbie relatou à polícia que o pai se aproximou dela e disse "volte para a cama, bebê, é apenas um pesadelo". Com a presença dos irmãos, Judy conseguiu fugir para a casa de um vizinho que chamou a polícia.
Pouco depois, os policiais chegaram ao número 2475 da Glendower Place, Harold já havia tirado a própria vida ao lado da esposa com uma overdose de sedativos. Na época, o jornal Los Angeles Times reportou que o médico cometeu o crime por conta de problemas financeiros que a família enfrentava.
Em uma carta, Judy escreveu aos parentes que a família "enfrentava problemas e preocupações piores". Históricos médicos apontam que o pai passou uma semana internado em um hospital psiquiátrico onde ele recebeu medicação antipsicótica para tratar esquizofrenia.
Endereço de tragédias
Os Perelson viveram na mansão por três anos, entre 1956 e 1959. Mas, antes disso, o local já teve moradores que passaram por situações dramáticas. Os primeiros donos foram o casal Harold e Florence Schumacher, que morreram com diferença de semanas um do outro em 1928.
Dois anos depois, o editor de revistas Welford Beaton se mudou com o filho Donald para o endereço. Pouco depois o rapaz morreu de uma infecção com apenas 21 anos. Com isso, o pai deixou a casa.
Após o assassinato de Lilian e o suicídio de Harold, a mansão foi comprada por Emily e Julian Enriquez. O casal viveu por décadas no imóvel e ali — Julian morreu em 1973 e Emily em 1994.
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A propriedade passou então ao filho do casal, Rudy, período em que ela se tornou popular no imaginário dos turistas, influenciadores e moradores "caça-fantasmas" que invadiam a casa desocupada para fotografar o ambiente, cheio de objetos pessoais deixados para trás como brinquedos, imagens de santos, utensílios domésticos e etc.
De mão em mão
Conhecida na mídia como "Los Feliz Murder Mansion" ou "Mansão do Assassinato de Los Feliz", em referência ao bairro da cidade californiana onde aconteceu o crime, a propriedade é atualmente avaliada entre US$ 4,2 milhões e US$ 5,4 milhões — isto é, entre R$ 21,5 milhões e R$ 27,7 milhões.
Em 2016, ela foi vendida à Lisa Bloom, advogada de Harvey Weinstein, ex-produtor hollywoodiano condenado por estupro. Ela e o marido pagaram cerca de US$ 2,3 milhões (R$ 11,8 milhões). Lisa teria tentado reformar a mansão e retirou todo o acabamento deixando apenas a estrutura em madeira da casa — mas acabou desistindo dos planos em meio a problemas financeiros.
Em 2020, ela foi comprada pelo construtor Ephi Zlotnitsky por US$ 2,35 milhões (R$ 12 milhões), que nunca levou à frente nenhum projeto no endereço. Em 2022, o interesse público na Los Feliz Murder Mansion cresceu depois que ela foi vista na série "Buying Beverly Hills", da Netflix.
Zlotnisky, que ainda é dono do imóvel, possui uma dívida de US$ 3,19 milhões (R$ 16,35 milhões) em relação à compra e, por isso, ela poderá ir a leilão em breve. Caso isso ocorra, o valor final do endereço onde ninguém quer morar pode se tornar ainda mais baixo.
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