Passaram quase quatro décadas desde o acidente na central nuclear de Chernobyl, na Ucrânia. Durante este tempo, e para surpresa de muitos, este local tornou-se numa das maiores reservas naturais da Europa. Durante os últimos anos, pesquisadores trabalham para compreender a situação da vida selvagem na área afetada pelo desastre ambiental.
De acordo com os cientistas, a radiação é capaz de danificar as células e, em exposições extremas, pode causar a morte dos organismos. Mas a situação em Chernobyl mudou muito desde o acidente. Menos de 10% do material radioativo libertado em 1986 permanece ainda no local. Já os isótopos mais perigosos, como o iodo, desapareceram há muitos anos.
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Um estudo publicado na revista Live Science, cientistas monitoraram quase 200 rãs orientais da área de Chernobyl, com idades entre dois e nove anos, para observar possíveis impactos corporais e comportamentais devido à radiação. Os resultados desafiaram expectativas: as rãs não apresentaram alterações significativas na longevidade, hormônios de estresse ou integridade dos telômeros – biomarcadores que indicam envelhecimento celular. Surpreendentemente, a radiação na região, agora reduzida em relação aos níveis do desastre, não afetou esses anfíbios como se temia.
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A resistência das rãs verdes é intrigante, pois contrasta com pesquisas em outras espécies, como roedores, que demonstraram uma menor expectativa de vida em áreas contaminadas.
O estudo sugere que, com o passar do tempo, os níveis reduzidos de radiação podem não representar um risco tão prejudicial aos anfíbios. A adaptação das rãs a esse ambiente extremo traz uma nova perspectiva para a conservação e estudo de animais em locais afetados por radiação, indicando a possibilidade de adaptação biológica significativa em ecossistemas impactados.
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