O republicano Donald Trump disse, nesta quarta-feira (27), que a presidente do México, Claudia Sheinbaum, comprometeu-se a "fechar a fronteira" entre seu país e os Estados Unidos para coibir a migração ilegal.
Trump não explicou quais medidas serão implementadas nem o que o fechamento da fronteira representará na prática. Sheinbaum, por sua vez, afirmou ter discutido estratégias relacionadas à migração do México para os EUA, mas não fez qualquer menção ao tema abordado pelo republicano.
O presidente eleito, que promete colocar em prática o "maior esforço de deportação da história americana", já havia dito que pretendia impor tarifas de 25% sobre todos os produtos importados do México e do Canadá até que os vizinhos resolvessem o que chama de "ridículas fronteiras abertas".
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"Claudia Sheinbaum concordou em parar a migração do México para os Estados Unidos fechando efetivamente nossa fronteira sul", escreveu Trump em sua plataforma, a Truth Social.
O republicano disse que a conversa com a líder mexicana foi "maravilhosa e muito produtiva". Segundo ele, a entrada de drogas nos EUA e medidas que possam impedir esse fluxo também foram debatidas.
Muitos republicanos responsabilizam o governo Joe Biden por um aumento no número de migrantes que cruzam a fronteira entre os EUA e o México de forma ilegal.
As entradas sem autorização explodiram durante o governo do democrata, sendo um dos principais pontos de cobrança à atual vice e candidata à Presidência derrotada, Kamala Harris. Só as detenções mensais na fronteira com o México quadruplicaram de 78 mil para 302 mil, comparando janeiro de 2021 ao pico de dezembro de 2023.
Em junho, meses antes da eleição, Biden assinou um decreto para limitar a entrada de pessoas em situação irregular pela fronteira com o México. A ordem permite que, grosso modo, a fronteira seja fechada para solicitantes de asilo caso a média diária de chegada de migrantes supere 2.500 em um intervalo de sete dias. O limite é muito inferior à média dos meses anteriores –em abril, por exemplo, foram 4.300 travessias por dia.
Também nesta quarta um tribunal de apelações nos EUA decidiu que o governo Biden não poderá remover as cercas de arame farpado que autoridades do Texas instalaram ao longo da fronteira do estado com o México para impedir a migração ilegal.
Trata-se de mais um capítulo da batalha jurídica entre o estado, governado pelo republicano Greg Abbott, e o governo federal. Aliado do presidente eleito, Donald Trump, o governador instalou arames farpados ao longo de 48 km do rio Grande, frequentemente usado por migrantes para entrar no território americano.
O governo Biden tem se posicionado de maneira contrária às cercas e diz que as barreiras impedem o acesso de agentes federais a determinadas áreas. Greg Abbot, por sua vez, acusa a administração democrata de ter "abdicado de sua responsabilidade" de proteger a fronteira.
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No ano passado, um tribunal já havia proibido a patrulha fronteiriça federal de destruir o arame farpado instalado pelo Texas, a não ser que a medida fosse justificada por uma emergência médica. O estado, então, aproveitou para instalar mais arame farpado antes de novas decisões em instâncias superiores.
Em sua cruzada contra o que chama de "políticas de fronteiras abertas" de Biden, Abbott já fretou voos e ônibus para transportar migrantes que chegam ao Texas para cidades governadas por democratas, além de ter promulgado uma lei que permite prender quem entrar de maneira irregular em seu estado. As ações acontecem sob a Operação Lone Star, ou estrela solitária, em referência à bandeira texana.
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