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CONFLITO

Sanções da China impactam indústria de Drones dos EUA

Soberania chinesa aponta uma nova guerra comercial entre os países

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Imagem ilustrativa da notícia Sanções da China impactam indústria de Drones dos EUA camera Indústria de drones americanas tem sentido pressão dos chineses | Divulgação

A guerra de soberania entre países nem sempre é travada nas trincheiras da diplomacia internacional, mas numa batalha silenciosa e constante. Um conflito que vai além das armas e dos campos de batalha, envolvendo negociações, alianças, disputas econômicas e uma série de manobras geopolíticas que moldam a paisagem do nosso mundo moderno.

No setor de drones de baixo custo, a Skydio representava uma das principais apostas dos Estados Unidos. Suas aeronaves autônomas ofereciam uma alternativa viável às opções chinesas para agências de defesa e polícia americanas, permitindo-lhes evitar os riscos relacionados à dependência das cadeias de suprimentos da China.

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No entanto, as vulnerabilidades da empresa se tornaram claras pouco antes das eleições presidenciais dos EUA, quando o governo chinês impôs sanções que bloquearam o acesso da Skydio a materiais essenciais, como baterias.

De forma abrupta, a Skydio, com sede em San Mateo, Califórnia, enfrentou dificuldades e foi forçada a encontrar novos fornecedores. Essa mudança causou atrasos nas entregas para clientes importantes, como o exército dos EUA.

Essa ação da China foi uma resposta explícita às políticas de Donald Trump, que prometeu intensificar as sanções e tarifas contra Pequim. Desde a campanha eleitoral, Trump demonstrava acreditar que um confronto com a China sobre questões comerciais e tecnológicas era inevitável.

Durante seu primeiro mandato, o governo chinês tomou medidas principalmente simbólicas em resposta às ações dos EUA, mas especialistas previam que, sob a liderança de Trump, Pequim poderia adotar uma postura mais agressiva e direcionada contra empresas americanas.

Durante a "Guerra Comercial 1.0", a China foi cautelosa ao responder às tarifas impostas pelos EUA. Agora, no entanto, Pequim demonstrava disposição para infligir dor econômica. Como destacou Jude Blanchette, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, Pequim não estaria disposta a simplesmente aceitar novas sanções sem retaliar de forma mais contundente.

Desde o primeiro mandato de Trump, a China vinha se preparando para um cenário de maior confronto, criando leis e políticas que permitiram a imposição de sanções a empresas dos EUA.Por exemplo, em 2019, o governo chinês estabeleceu uma "lista de entidades não confiáveis" e implementou novas regras para punir empresas que se alinham às restrições dos EUA.

Além disso, ampliou suas leis de controle de exportações, com um foco estratégico em recursos críticos como terras raras e lítio, essenciais para tecnologias modernas, incluindo smartphones e carros elétricos.

Essas medidas fazem parte de uma estratégia calculada para resistir às pressões dos Estados Unidos e proteger os interesses nacionais. As consequências de tal abordagem podem ser desastrosas para muitas empresas americanas, interrompendo suas operações e ampliando o risco de um confronto comercial mais intenso.

O governo de Joe Biden, que sucedeu Trump, continuou muitas das políticas de confronto, impondo novas sanções a empresas chinesas e restringindo o acesso de algumas delas ao mercado dos EUA. Recentemente, foi anunciada uma proibição de 29 empresas chinesas com vínculos com trabalho forçado na região de Xinjiang, um exemplo claro do endurecimento das políticas.

Por sua vez, a China tem dado sinais de como responderia a essas ações. Em setembro, puniu a PVH, dona das marcas Calvin Klein e Tommy Hilfiger, acusando-a de discriminar produtos provenientes de Xinjiang. Além disso, uma investigação foi aberta contra a Intel, acusada de prejudicar os interesses da segurança nacional da China.

Recentemente, a fabricante de chips Micron também foi proibida de vender seus produtos para uma parte significativa do mercado chinês, revelando a disposição de Pequim em pressionar empresas estrangeiras envolvidas na disputa entre as duas potências.

O dilema para as empresas americanas é claro: seguir as restrições comerciais dos EUA pode gerar represálias de Pequim, afetando suas operações na China. No entanto, empresas também precisam considerar a dependência da China para determinados recursos essenciais, como chips ou soja, e o impacto de ações retaliatórias que podem prejudicar suas atividades econômicas.

O governo chinês enfrenta um delicado equilíbrio, pois se for longe demais nas sanções, pode afastar investidores estrangeiros, prejudicando sua economia.

Ainda assim, empresas como a Skydio, que tentam construir uma cadeia de suprimentos fora da China, podem ser vulneráveis. A empresa americana, embora tenha tentado diversificar seus fornecedores, ainda depende da China para componentes cruciais, como baterias.

Após as sanções, a Skydio teve que racionar as baterias e limitar o tempo de voo de seus drones, o que pode afetar seriamente seus clientes, incluindo os corpos de bombeiros. A empresa anunciou que tentaria encontrar novos fornecedores até a primavera, mas isso exigiria tempo e ajustes no design de seus produtos.

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Em um editorial, o Global Times celebrou a ação da China contra a Skydio, afirmando que a empresa americana estava tentando minar os interesses chineses ao criar uma “cadeia de suprimentos não vermelha” fora da China.

O artigo concluiu que, para evitar consequências, a solução para a Skydio seria clara: não se envolver em esforços para conter a China ou enfrentar as repercussões. A estratégia de Pequim, portanto, parece ser uma forma de forçar empresas a repensarem suas práticas comerciais, cientes dos custos de apoiar as políticas dos EUA.

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