
Um bombardeio realizado por Israel na Faixa de Gaza na sexta-feira (23) matou nove filhos do casal de médicos Alaa al-Najjar e Hamdi al-Najjar, anunciou neste sábado (24) o hospital Nasser, em Khan Yunis, e a Defesa Civil do território, controlada pelo Hamas. O caso foi confirmado pelo jornal britânico The Guardian e pela emissora BBC.
O ataque também feriu gravemente Hamdi, que estava em casa com as crianças enquanto Alaa trabalhava no hospital Nasser. O único filho do casal que sobreviveu, uma criança de dez anos de idade, também está ferido em estado grave.
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O Exército israelense disse à agência de notícias AFP que um de seus aviões bombardeou "suspeitos que operavam a partir de uma estrutura próxima das tropas israelenses na zona de Khan Yunis". Segundo Tel Aviv, as Forças Armadas avaliam a afirmação de que civis foram atingidos pelo ataque, mas acrescentou que "Khan Yunis é uma zona de guerra perigosa" e que ordenou que os civis se retirassem do local.
Imagens dos escombros da casa de Alaa e Hamdi, publicadas pela agência de Defesa Civil e cuja autenticidade foi verificada pela emissora BBC, mostram socorristas recuperando corpos de crianças carbonizadas.
Ao Guardian, o chefe de enfermagem do hospital Nasser, Mohammed Sager, disse que "a doutra Alaa al-Najjar teve que ver com seus próprios olhos enquanto os corpos carbonizados de seus filhos foram retirados dos escombros. Essa é uma das tragédias mais terríveis que já aconteceu a uma pediatra que dedicou sua vida a salvar crianças. Agora, sua maternidade foi roubada em um instante".
A médica britânica Graeme Groom, que trabalha como voluntária no hospital Nasser, conversou com a BBC após tratar o único filho do casal que sobreviveu. Segundo ela, ele "parecia muito mais jovem do que a idade que tinha", possivelmente por causa da falta de comida pela qual atravessa Gaza graças ao bloqueio israelense. Segundo Groom, a família não tinha conexões políticas ou militares. "É um dia muito triste."
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