
Em meio à escalada dos ataques russos contra cidades ucranianas e à crescente pressão internacional por uma solução diplomática, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, desembarcou nesta segunda-feira (18) em Washington para um novo encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A reunião, realizada no Salão Oval da Casa Branca, marca a retomada do diálogo direto entre os dois líderes após meses de tensão pública e promete ser um passo crucial nas tratativas por um possível acordo de paz.
O encontro ocorre num momento sensível do conflito, que já se prolonga por mais de três anos e tem sido considerado o mais sangrento da Europa desde a Segunda Guerra Mundial. Zelensky e Trump discutiram, a portas fechadas, as possibilidades de um cessar-fogo e os termos de uma paz duradoura. Esta é a primeira reunião formal entre os dois nesse formato desde fevereiro de 2022, quando a Rússia iniciou a invasão em larga escala do território ucraniano.
Logo após a conversa com o líder ucraniano, Trump vai receber, ainda na Casa Branca, representantes de alguns dos principais aliados dos Estados Unidos na Europa: Reino Unido, Alemanha, França, Itália, Finlândia, além de líderes da União Europeia e da Otan. A reunião será realizada na Sala Leste e tem como objetivo discutir formas de apoio conjunto à Ucrânia e debater possíveis soluções diplomáticas diante da atual conjuntura da guerra.
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Os encontram também visam para tentar diminuir as tensões que marcaram a última visita de Zelensky à Casa Branca, no dia 28 de fevereiro. Na ocasião, o encontro com Trump, ainda no Salão Oval, foi descrito como mal-humorado por fontes diplomáticas. Desde então, o relacionamento entre os dois líderes tem oscilado entre declarações públicas incisivas e gestos pontuais de aproximação.
Antes da reunião desta segunda-feira (18), Trump usou a plataforma digital Truth Social, para comentar a situação ucraniana de maneira direta. “O presidente ucraniano pode pôr fim à guerra com a Rússia quase imediatamente, se quiser, ou pode continuar a lutar. Lembrem-se de como tudo começou. Não há hipótese de recuperar a Crimeia cedida por Obama (há 12 anos, sem que um único tiro fosse disparado) e não há hipótese de a Ucrânia entrar na Otan”, escreveu o presidente norte-americano.
A declaração de Trump gerou reações imediatas. Em resposta, Zelensky recorreu à rede social X (antigo twitter) para agradecer pelo encontro e reforçar o desejo de uma solução pacífica. “Todos nós temos o profundo desejo de pôr fim a esta guerra de forma rápida e fiável. E a paz deve ser duradoura”, escreveu.
Além disso, o presidente ucraniano também fez um apelo pela união das forças ocidentais em prol de uma resolução efetiva. “A Rússia deve acabar com esta guerra – a guerra que começou. E espero que a nossa força comum com os Estados Unidos e com os nossos amigos europeus obrigue a Rússia a uma paz real”, acrescentou.
O encontro desta segunda-feira (18) foi precedido por uma tentativa frustrada de negociação entre Trump e o presidente russo Vladimir Putin, ocorrida no último sábado (16), no Alasca. A conversa, considerada estratégica pelo EUA, terminou sem acordo. Trump defendia a implementação de um cessar-fogo imediato, o que não foi aceito pela parte russa.
Enquanto isso, Kiev tem mantido uma posição firme diante da situação, onde o cessar-fogo só será considerado se for estabelecido previamente como condição essencial para a abertura de qualquer negociação. Esse tem sido um ponto inegociável nas conversas entre a Ucrânia e os países aliados.
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A posição de Trump também sofreu alterações nos últimos dias. Após a rodada de reuniões com Putin, Zelensky e os líderes europeus, o presidente norte-americano passou a advogar publicamente por um acordo de paz definitivo como saída viável para o impasse, destacando que “as tréguas falham frequentemente”.
A visita de Zelensky a Washington é considerada uma das mais importantes desde o início da guerra. Segundo especialista na área, o equilíbrio entre pressões internas, interesses geopolíticos e os custos humanos do conflito torna qualquer negociação complexa e os sinais enviados nesta segunda-feira (18) indicam que o caminho para a paz ainda será longo, mas, pela primeira vez em meses, voltou a ser discutido com mais intensidade.
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