Senado rejeita projeto republicano e shutdown continua nos EUA

O Senado dos Estados Unidos rejeitou, nesta sexta-feira (3), o projeto de lei republicano para encerrar a paralisação do governo norte-americano. O impasse mantém centenas de milhares de funcionários federais em licença remunerada, no terceiro dia de shutdown.

A proposta republicana obteve 54 votos a favor e 44 contra, insuficientes para superar a barreira processual. Ao todo, o Senado precisaria de 60 votos para aprovação. O impasse ocorre porque democratas e republicanos passaram os últimos dias culpando uns aos outros pelo fracasso em manter o financiamento do governo além de 1º de outubro, o início do ano fiscal.

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Líderes democratas prometeram manter a posição, insistindo que qualquer pacote de financiamento também deve expandir os subsídios de saúde da era da pandemia, que irão expirar no final de dezembro, enquanto os republicanos afirmam que essa questão deve ser tratada separadamente.

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O Senado já rejeitou três vezes um plano republicano, que financiaria o governo até 21 de novembro, e uma alternativa democrata que também reforçaria os subsídios de saúde que estão expirando.

Os republicanos controlam as duas casas do Congresso, mas precisam de pelo menos sete votos dos democratas para avançar com a legislação de gastos no Senado.

Trump aumenta pressão sobre democratas

O presidente Donald Trump aumentou a pressão sobre os democratas, acusando-os de prolongar o impasse.

O político congelou bilhões de dólares destinados a estados de tendência democrata e ameaçou demitir mais funcionários federais, além dos 300 mil que, segundo ele, terão de deixar seus cargos até o final do ano.

Segundo fontes, já são pelo menos 28 bilhões de dólares em recursos bloqueados para cidades e estados governados pela oposição. A medida reforça a estratégia de Trump de usar o orçamento federal como instrumento político.

O que está paralisado nos EUA?

A paralisação suspendeu a pesquisa científica, os relatórios de dados econômicos, a regulamentação financeira e uma ampla gama de outras atividades.

O pagamento foi suspenso para cerca de 2 milhões de funcionários federais, embora as tropas, os agentes de segurança dos aeroportos e outros considerados "essenciais" ainda devam se apresentar ao trabalho.

Uma paralisação prolongada poderia interromper as viagens aéreas, a ajuda alimentar para milhões de norte-americanos e forçar o fechamento de tribunais federais.

Os funcionários federais perderão seu primeiro pagamento em meados de outubro se o impasse não for resolvido até lá. A paralisação mais longa durou 35 dias em 2018-2019, durante o primeiro mandato de Trump.

Impasse político no Congresso

Um grupo de senadores de ambos os partidos afirma estar explorando um acordo.

Mas alguns democratas dizem que não confiam que os republicanos honrarão qualquer acordo que primeiro reabra o governo e depois lide com os subsídios de saúde, que foram aprovados como parte de um pacote de ajuda democrata para a Covid de 2021 e agora ajudam 24 milhões de norte-americanos a pagar pela cobertura.

Com a rejeição do projeto, não há previsão imediata para o fim da paralisação, que já afeta serviços públicos e gera forte desgaste político em Washington.