O Parque Ecológico do Município de Belém Gunnar Vingren está abandonado. Os quase 40 hectares de área protegida entre os conjuntos habitacionais Presidente Médici e Bela Vista, abrangendo os bairros da Marambaia e Val-de-Cans, poderiam estar disponíveis para o lazer da população, mas a realidade é bem diferente disso. O local está fechado ao público, com pontes destruídas e os chalés degradados. A mata fechada, sem manutenção, impossibilita até a realização de trilhas pelos mais aventureiros. Apenas visitas agendadas são permitidas, mas quem se arrisca, pode correr vários riscos com a situação encontrada por lá.
Semma diz que equipe fixa realiza manutenção
O abandono preocupa os integrantes da entidade Guardiões e Amigos do Parque Ecológico de Belém (Gape) que lutam por melhorias no Gunnar Vingren. Segundo o grupo, a situação do local se tornou mais preocupante entre 2010 e 2015, com as obras viárias da Avenida Centenário que atravessaram o parque. Por isso, foram tomadas medidas de compensação ambiental obrigatórias, dentro do espaço, por meio da construção de dois prédios de madeira (um para ações de educação ambiental e um multiuso), dois pórticos, quatro trilhas e uma ponte de madeira sobre o Canal São Joaquim.
RISCOS
Contudo, quem andar pelo parque, hoje, percebe a inexistência dessas trilhas, já que o local sofre a expansão não monitorada da mata, o que dá aspecto de uma floresta quase fechada. Os dois prédios estão completamente sem uso, inclusive com parte do telhado do chalé, que seria usado para atividades educativas, desabando. A ponte também está destruída, sem proteção lateral e parte do caminho sem ripas ou quebrada.
O quadro ainda dificulta a manutenção da vida silvestre do lugar, que costumava ter uma presença expressiva de répteis, aves e mamíferos, além de muita flora nativa.
“Toda essa biodiversidade, no entanto, tem diminuído por conta da depredação do parque”, diz o colaborador do Gape e diretor de Meio Ambiente da Associação Sócio Cultural Bela Vista, Flávio Trindade.
CONSELHO
Para mudar o cenário, os membros do Gape buscam uma oficialização de um Conselho Gestor com a presença da Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) e representantes do Ministério Público, sociedade civil, comunidade científica, organizações não-governamentais e ambientalistas. O coordenador do Gape, Paulo Moraes, fala que o grupo objetiva ainda transformar essa imensa região em um complexo educativo e turístico. “O parque poderia servir tanto como ambiente de pesquisa científica de campo, como para reduzir a pressão da população no Bosque Rodrigues Alves e no Museu Paraense Emilio Goeldi”, diz. Mas, por enquanto, isso é apenas um sonho distante para os amantes da fauna e da flora.
(Alice Martins Moraes/Diário do Pará)
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar