![I see dead people. (Foto: Flickr) I see dead people. (Foto: Flickr)](http://s2.glbimg.com/1tabRcL17PZuaZ4hDt6bl0m82a4=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2017/12/05/article-2450832-189dd02100000578-575_964x685.jpg)
Os anos que seguiram a Revolução Industrial, durante o século 19, não foram fáceis no Reino Unido. Apesar de ser uma época que costuma ser lembrada por seus luxuosos bailes e vestidos, a Era Vitoriana tinha mais a ver com a morte. Apesar da população não parar de crescer e o país ser o mais poderoso do mundo, a expectativa de vida era baixíssima. Não passava dos 44 anos mesmo nas classes mais abastadas.
A medicina praticamente não existia e as pessoas morriam aos montes, normalmente em suas casas. Para eternizar a memória dessas pessoas, eram fotografadas para parecerem vivas em meio aos seus familiares que ainda respiravam. Ou pelo menos é isso que contam por aí historiadores e jornais de grande circulação.
O fotógrafo Mike Zohn resolveu pesquisar essa história. Descobriu que todas essas pessoas das fotos não só parecem vivas, como na verdade estão. Segundo ele, a confusão nasceu graças ao incipiente processo fotográfico da época, e uma boa dose de sensacionalismo dos tempos atuais.
O daguerreótipo, primeira máquina fotográfica que se popularizou, demandava uma longa exposição para gravar a imagem em uma placa de cobre e prata. Quando inventado, em 1839, a pessoa precisava se segurar na mesma pose por até um minuto e meio para que a foto não saisse tremida. Em 1850, esse tempo caiu para cerca de oito segundos.
![O "suporte de pose" era usado para evitar que a foto saísse borrada. (Foto: Mike Zohn) O "suporte de pose" era usado para evitar que a foto saísse borrada. (Foto: Mike Zohn)](http://s2.glbimg.com/oRfZyfySOSQVrSAuqDv95Bz41zc=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2017/12/05/posing_stand.jpg)
Como nem todo mundo conseguia ficar imóvel por tanto tempo, as pessoas apelavam para artimanhas. Utilizavam os chamados “posing stands”, ou “suporte de pose” em português, para se apoiarem enquanto a fotografia era tirada. Feitos de ferro, os equipamentos pareciam com um pedestal de microfone, pesando cerca de 10 quilogramas. “Não eram vigorosos o bastante para suportar o peso de uma pessoa morta”, afirma Zohn.
![Escritor Lewis Carroll anos antes de sua morte. (Foto: Domínio Público) Escritor Lewis Carroll anos antes de sua morte. (Foto: Domínio Público)](http://s2.glbimg.com/NfzRmDxquiT0GYSaw7fyos2Bs5o=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2017/12/05/desktop-1414522511.jpg)
Uma boa prova de que essas pessoas estavam na realidade vivas é essa acima. Não é difícil encontrar nos sites que contam sobre a estranha relação com a morte na sociedade vitoriana. Nela, a pessoa utiliza o braço para suportar a cabeça, e com esse olho caído, faz muitos acreditarem que ele está morto. Mas, na verdade, é uma fotografia de Lewis Carroll, autor de Alice no País das Maravilhas, anos antes de sua morte.
De acordo com Zohn, o filme “Evocando Espíritos”, de 2009, ajudou a espalhar a lenda. Muitas das fotografias que circulam na internet, não são da era vitoriana, mas sim produzidas para aparecerem no filme. O que mais o surpreende é que o século 19 não faz tanto tempo assim, sendo muito bem documentado em textos, fotografias, ilustrações, aos quais dedicou tempo de pesquisa. “Você pode ler as palavras das pessoas que inventaram o suporte de pose e como eles usavam. Você pode ler relatos dos fotografos da época”, conta. “E ninguém menciona algo como pessoas mortas”.
![Não era fácil tirar uma fotografia no século 19. (Foto: LIBRARY OF CONGRESS/ LC-USZ62-19393) Não era fácil tirar uma fotografia no século 19. (Foto: LIBRARY OF CONGRESS/ LC-USZ62-19393)](http://s2.glbimg.com/6kp-h1DfiLR7vZZXKDGosRG9aiU=/e.glbimg.com/og/ed/f/original/2017/12/05/image.jpg)
Fonte: Revista Galileu
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