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ABSURDO

Vendedora denuncia tentativa de estupro na TIM e é demitida

A TIM disse que "repudia qualquer situação de assédio" e esclareceu que "o caso encontra-se sob apuração sigilosa por parte das autoridades

Imagem ilustrativa da notícia Vendedora denuncia tentativa de estupro na TIM e é demitida camera Vendedora foi demitida por justa causa após denunciar uma tentativa de estupro que sofreu por dois colegas | Reprodução/Instagram

Em 2018, o Brasil atingiu o recorde de registros em casos de estupros. Foram 66.041 vítimas, segundo dados do 13º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. A taxa brasileira de estupros é de 31,7 por 100 mil habitantes, acima da taxa de mortes violentas, que ficou em 27,5 em 2018. Segundo as autoridades, a maioria desses crimes acontecem em ambientes de trabalho.

Foi o caso de uma vendedora que foi demitida por justa causa após denunciar uma tentativa de estupro que sofreu por dois colegas de trabalho na loja da TIM Norte Shopping, no Rio de Janeiro. Segundo a vítima, o assédio aconteceu um dia antes dela entrar de férias, no dia 15 de abril, por um consultor e o gerente geral da empresa. Em um desabafo nas redes sociais, a jovem afirmou que era muito humilhada e recebia constantes ameaças, caso ela denunciasse os colegas. O caso está sendo investigado pela 23ª Delegacia de Polícia (Méier).

"Eu vivi o pior dia da minha vida. Entrei na cozinha como de costume, subi para beber água e fui pega de surpresa pelo meu colega de trabalho, um consultor igual a mim e pelo meu gerente geral. Eles apagaram a luz e fui empurrada para o gerente pelo 'colega de trabalho'. Minha mente paralisou na hora, não conseguia assimilar por que comigo e o por que de estarem fazendo aquilo, foram minutos angustiantes. Ele passou a mão no meu corpo, ele pressionava tão forte o seu corpo contra o meu e beijava o meu pescoço de forma rígida e rápida, enquanto continuava passando a mão no meu corpo, enquanto eu pedia para ele parar e quando vi que seria dali para pior, lembrei de uma "colega de trabalho" que tinha subido junto comigo porque marcamos de almoçarmos juntas", disse a vendedora.

Ela contou ainda que começou a gritar pela mulher várias vezes até que ela veio socorrê-la, mas ao tentar abrir a porta, não conseguiu, porque os homens haviam trancado. Segundo a vendedora, em todo momento eles ficavam rindo da situação.

"Quando essa colega fala: 'denuncia eles' (pelo canal interno que a TIM disponibiliza), eles abriram a porta e eu consegui sair. Seguro na mão dela meio trêmula e falo que estou nervosa. Depois subimos para almoçar e contei a ela o que tinha acontecido e que estava com muita vergonha. Entrei de férias no dia seguinte e somente quis esquecer tudo aquilo. Porém o meu corpo e mente já estavam corrompido pelo que fizeram comigo, então voltei no dia 03.05.2021 e só de pisar na loja eu me tremia, subia para sala do ar de condicionado e chorava sozinha, ainda com muita vergonha e medo de perder o emprego e ainda sem entender o porquê eles fizeram isso comigo", continuou.

A jovem disse ainda que era uma das melhores vendedoras, recebia premiações. No entanto, após o episódios, seu rendimento começou a cair, desencadeando crises de ansiedade e depressão.

"De tanto conversar com essa 'colega de trabalho', descobri que ele (o gerente) estava dizendo para todos que não me pegou porque não quis, me humilhando e me ameaçando junto com o consultor caso eu continuasse com a denúncia, lembrando que eu estava no meu ambiente de trabalho. Meu rendimento caiu, não conseguia mais atender um cliente, porque eu sempre estava com lágrimas nos olhos, mas ainda sim tentando ser profissional com o gestor e com o colega de trabalho. Mal eu sabia ali que me calando, eu estava me sufocando por dentro, desencadeando a minha depressão".

Ela resolveu fazer uma denúncia interna da TIM sobre os colegas e fez uma avaliação negativa do gerente e a situação piorou.

"Mal eu sabia que minha vida se tornaria ainda pior. Aí começou o olhar de cara feia, a exclusão dos grupos de trabalho para o meu bom desempenho profissional, até que no dia 01.06.2021 ele me chama até a sala e depois chama os dois colegas de trabalho que presenciaram, que eu fui atacada, humilhada de várias formas, ameaçada e coagida, simplesmente porque ele teve acesso a denúncia e a avaliação da sua gestão que eu claramente respondi de forma negativa a gestão dele".

Muito abalada, ela então registrou um Boletim de Ocorrência na 23ªDP (Méier) e depois foi parar no hospital.

"Enviei o R.O e o atestado médico de 2 dias para minha coordenadora e manager, em forma de um pedido de ajuda que nunca veio, ainda fui chamada de Priscila por uma MANAGER que sequer prestou qualquer ajuda ou procurou saber meu nome. No outro dia a minha ansiedade estava pior, eu estava extremamente abalada a ponto da médica pedir vigilância da família sobre mim e me dando outro atestado, agora de 5 dias".

Já no último dia de atestado, ela recebeu uma mensagem via WhatsApp da coordenadora pedindo para que eu fosse para loja da TIM NYCC.

DEMISSÃO HUMILHANTE

"A coordenadora queria que eu voltasse para mesma loja do Norte Shopping. Queria que eu convivessem com os meu abusadores, mas depois de muita insistência, enfim, fui. Não estava bem mas não queria agir de má fé com a empresa colocando mais atestados. Quando chego na loja sou bem recebida, porém novamente tive uma crise intensa de ansiedade e pedi ao gerente para subir e ficar lá esperando o meu namorado me buscar para me levar para casa. Então, subo e logo em seguida para minha surpresa o gerente fala que a coordenadora está na loja e queria falar comigo. Pedi a ele para que ela subisse, pois não estava bem e, quando a mesma subiu, me demitiu por justa causa, no meio de uma crise de ansiedade e me demitiu de forma humilhante, falando sobre eu ter ferido a honra dos meus superiores e colegas de trabalho, quebrando assim o código de ética da TIM".

"Depois de tudo isso que vivi, me senti perdida, só chorava e meu corpo queimando, dor no peito, minhas mãos suadas, até vir o diagnóstico de depressão, ataque de pânico e estresse pós-traumático. Só queria a ajuda da empresa, eu estava falando a verdade, não teria motivo para mentir e destruir minha carreira e minha vida. Agradeço do fundo do meu coração os policiais da 23ªDP, que investigaram a fundo e indiciaram os dois. Essa dor que sinto, essa ansiedade e ataques de pânico, se Deus quiser irão passar uma dia. Mas eu nunca vou esquecer o que esses dois fizeram e a ajuda que pedi e não tive. Agradeço a Deus pela família maravilhosa que tenho, pelo meu namorado, por terem ficado ao meu lado em todos esses momento. Que a TIM mude a sua estrutura de 'denúncias anônimas', que ouçam mais os seus funcionários, pois o meu namorado ainda está lá de forma profissional buscando tirar um sustento para nossa família, e sei que existem mais casos semelhantes e que muitas se calam mediante o silêncio da empresa", encerrou.

Em nota a TIM informou que "repudia qualquer situação de assédio" e esclareceu que "o caso encontra-se sob apuração sigilosa por parte das autoridades. A empresa também lamentou o episódio e disse que entrou em contato com a ex-colaboradora para prestar apoio e suporte psicossocial a toda sua família. A operadora ainda afirmou que afastamento da vendedora se deu por "causas anteriores e totalmente alheias aos fatos relatados" e que "afastou do trabalho os dois colaboradores arrolados no inquérito."

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