Clínica realiza bazar com artesanatos feitos por pacientes e acompanhantes

A ansiedade é comum em pessoas que esperam nas recepções de clínicas e hospitais. A falta de distrações nesse ambiente e a tensão pré-consulta estimulam esse sentimento que, para os pacientes, não é nada benéfico. Pensando nisso, um grupo de acompanhantes e pacientes da clínica Top Nefro, em Ananindeua, resolveu transformar as horas vagas na sala de espera em uma grande oficina de artesanato.

O resultado é o 1º 'Bazar e Feira artística' Top Nefro que será realizado nos dias 18 e 19 de julho, das 10h às 15h.

“A ideia nasceu de uma conversa na sala de espera, começamos a pensar em como ajudar a esposa de um paciente que estava grávida. Então, ao invés de ficarmos ociosas eu disse que precisávamos fazer alguma coisa. Conseguimos captar materiais junto à administração da clínica e começamos a bordar, fazer laços. A primeira ação ocorreu no Dia das Mães e foi um sucesso”, conta Suleima Pegado, paciente e organizadora do projeto.

Atualmente, participam deste trabalho acompanhantes e pacientes mulheres e a equipe técnica da clínica. A produção de artesanato ocorre geralmente às terças, quintas e sábados de 16 às 21h, mas já se estendeu a outros horários. A maioria dos itens produzidos são levados para que as artesãs vendam e complementem suas rendas. “No começo fui trabalhando coisas mais fáceis para melhorar a autoestima delas. Para que elas se sentissem capazes de produzir. Antes, para os eventos daqui, nós encomendávamos camisas. Este ano, nós mesmas fizemos. O dono da clínica doou o material. E isso resultou no bazar”, afirma a organizadora.

Maria Eliete acompanha o esposo, Raimundo Nascimento, há dois anos no tratamento e destaca a importância de participar do grupo. “Quando cheguei ficava na recepção vendo TV e graças a esse grupo eu desenvolvi um talento e hoje sei fazer alguma coisa. Em uma das tardes de oficina eu não tinha nada em casa para alimentar meu esposo após o tratamento. Ao final da oficina, dona Suleima disse que poderíamos levar os laços pra casa e vender. Agradeço a Deus por ter escutado as minhas preces. Vendi a 10 reais e comprei várias coisas para mim e para meu marido", conta Maria.

Ela diz que participar do grupo só fez com que ela se sentisse bem e que a expectativa para esse bazar é vender tudo.

Além de complementar a renda das artesãs, o grupo funciona como uma rede de enfrentamento da doença renal crônica. “Neste grupo a gente conversa, desabafa, chora, se apoia, há uma identificação com os problemas que vivemos, o que eu quero mesmo é que hoje elas se sintam empreendedoras da vida delas. É assim que eu as vejo. Acredito que o bazar vai ajudar a divulgar o projeto. Graças a doação da clínica e de outras pessoas voluntárias o evento irá acontecer. A ideia é vender tudo e dividir o resultado entre todo o grupo”, diz a organizadora do evento.

A Feira será realizada durante os intervalos de procedimentos e contará com vários artigos de artesanatos, entre eles: laços, tiaras, camisetas com patch wook, porta guardanapos, porta toalhas, trabalhos com fuxicos, bolsinhas com kit higiene, crochê e em decoupagem, produzidas por acompanhantes e pacientes em tratamento renal.