A pandemia da Covid-19 não impediu que a “vibe de julho” chegasse para muitos de nós.
Tão logo o acesso aos espaços de lazer foi liberado, as três primeiras sextas-feiras do mês mostraram que tudo o que o paraense mais queria era sombra e água fresca nas praias ou nos igarapés paradisíacos do Estado.
O anseio pela liberdade, entretanto, exige responsabilidade e cuidados redobrados para garantir a própria saúde e a dos demais ao se divertir, e isso inclui também olhar com mais carinho para o meio ambiente.
Uma das primeiras recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) com a expansão do vírus SarS-CoV-2 no mundo foi chamar atenção para a gestão dos resíduos sólidos como forma de evitar a transmissão pelo contato com os descartes contaminados, medida que vale tanto para o lixo hospitalar quanto para o domiciliar.
Com a livre circulação nos espaços de lazer em julho, nunca foi tão importante garantir que aquela latinha de refrigerante amassada ou o papel do biscoito rasgado encontrasse um único destino: a lixeira.
"As pessoas estão mais conscientes"
Atual presidente da cooperativa CataMosqueiro, Evaldo Sousa garante que as pessoas construíram outra mentalidade e adquiriram novos hábitos como resultado da pandemia, algo observado por ele desde que voltaram à trabalhar. “As pessoas estão mais conscientes quanto ao descarte correto do lixo. A gente tem visto e recolhido poucos resíduos nas praias de quem frequenta hoje”, conta.
A cooperativa existe desde 2015 e tem história na ilha de Mosqueiro, distrito de Belém. Apesar da conscientização, o cenário não é favorável para quem depende desse trabalho; com a restrição inicial nos espaços de lazer e, posteriormente, com o lockdown, o lucro caiu expressivamente. “O número de pessoas [frequentando as praias] é muito pequeno se comparado à julho do ano passado”, observa Souza. Se antes era possível recolher até 10 toneladas, agora se espera que sejam entre três a cinco toneladas. “Alguns [colaboradores] pararam de trabalhar com a coleta por causa disso, não estava sendo possível retirar o sustento diretamente”, explica.
A situação também não foi diferente na ilha de Cotijuba, onde opera a Associação da Ilha de Cotijuba (Ascajuba) há quase 17 anos. Marcilene Nascimento, atual presidente da associação, diz não ter sentido muita diferença na coleta, mas os números mostram outra realidade. Segundo a Secretaria de Saneamento (Sesan), a ilha de Cotijuba teve redução significativa de quatro para uma tonelada de resíduos recolhidos durante a pandemia. “A gente continua na batalha do dia a dia. Muitos saíram da associação”, diz. O número de colaboradores também sofreu queda: hoje são menos de dez.
Contribuindo com todos
Apesar dos percalços, saiba que é possível contribuir não apenas para o trabalho dessas pessoas, mas especialmente para a preservação do meio ambiente. Por exemplo, ao consumir em praias e orlas, preocupe-se em jogar o lixo na lixeira; separe também o que é orgânico (restos de comida) do que é reciclável (papel, plástico, etc).
Tanto o distrito de Mosqueiro quanto a ilha de Cotijuba oferecem pontos de coleta seletiva acessíveis para moradores e visitantes. Ao descartar o lixo corretamente você não apenas facilita o processo para os profissionais, como colabora com a natureza e reforça o trabalho de conscientização.
Veja abaixo onde estão localizados os pontos de coleta:
Ilha de Cotijuba
- - Praça, próximo ao trapiche
- - Praia do Farol
- - Praia da Saudade
Mosqueiro
- - Praia do Chapéu Virado
- - Praia do Murubira
- - Praia do Marahú
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