Donas de uma sabedoria que tem, sobretudo, influências indígenas e africanas, vendedoras de ervas do Ver-o-Peso, em Belém, defendem que todo problema tem uma solução. E que esta pode vir do chá de espécies nativas da Amazônia ou de insumos que a floresta oferece, como óleos e leites extraídos de caules de vegetais.
Com a pandemia de covid-19, a procura por estes produtos naturais voltou a crescer em feiras livres, como o Ver-o-Peso, e também em lojas de vendas de ervas e produtos naturais, embora a ciência ainda não tenha concluído uma vacina capaz de combater o coronavírus ou um medicamento que, de fato, seja 100% eficaz no tratamento.
Para a dona Coló, uma das erveiras mais conhecidas do Ver-o-Peso, ainda não se tem uma solução certa para a covid-19. Por enquanto, a saída mesmo é evitá-la, seguindo as recomendações dos órgãos de saúde. “As pessoas precisam impedir que o vírus entre em seus corpos. Ele (o vírus) não nos pertence e precisamos expulsá-lo”.
Questionada sobre como fazer isso, ela sugere uma mistura de mastruz com a folha do algodão, caruacaá (eucalipto) e leite do Amapá. “Remédios naturais tomados corretamente, na dose certa, não fazem mal algum. Essa doença afeta os pulmões e nós precisamos fortalecer e limpar os nossos pulmões diariamente”.
Na barraca ao lado, Beth Cheirosinha disse que teve a covid-19 e por causa disso ficou um mês sem ir ao Ver-o-Peso. “Me tratei com os remédios naturais, principalmente mastruz com a folha de algodão e leite do Amapá. Mas o que me levantou mesmo foi o banho das sete qualidades de ervas brabas que tomei”, contou. Apesar da experiência citada por Beth, a ciência, contudo, ainda não tem um remédio completamente eficaz contra a doença.
ESTOQUE
Passava das 14h quando Rosineide Braga foi checar o estoque de ervas da loja em que trabalha, próximo ao Mercado de Carne, no Complexo do Ver-o-Peso. O estabelecimento é especializado na venda de ervas, sementes, cascos e insumos medicinais naturais que podem ser usados em dezenas de doenças. Quando olhou o cesto onde ficam alguns vegetais e folhas percebeu que não havia mais maços de mastruz.
“Tem sido assim desde que a pandemia começou, acaba cedo. Praticamente vendemos todo o mastruz no horário da manhã”, disse a vendedora, confirmando que a procura por produtos naturais que alguns acreditam que podem ser usados no tratamento de doenças respiratórias tem sido grande na loja. “Não dá para te definir o perfil do público. Todo mundo compra, do adolescente ao idoso, homem e mulher”, frisou.
Outro produto que também já não tinha mais naquele momento era o ‘elixir dos pulmões’. Uma espécie de garrafada que faz a partir da mistura de mastruz, leite do Amapá e seiva de jatobá. “Não temos a garrafada pronta, mas temos todos os ingredientes dela aqui para fazer. O mastruz já estamos providenciando mais”, reforçou.
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