Com uma extensa programação virtual, que seguirá até dezembro deste ano, o Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG) está celebrando o seu aniversário de 154 anos. Os eventos foram iniciados ontem (06), data em que a instituição completou mais um ano de existência. Na ocasião, o Museu recebeu a visita do ministro de Ciência, Tecnologia e Inovações – MCTI, Marcos Pontes, que segue cumprindo a agenda pelo Mês Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovações.
O ministro participou de uma live com a diretora do Museu, dra. Ana Albernaz, realizada no auditório Paulo Cavalcanti, no Campus de Pesquisa do Goeldi, em Belém, e transmitida pelo canal do MCTI no YouTube.
A programação do “Museu de Portas Abertas” é ofertada anualmente, com diversos eventos abertos ao público nas unidades da instituição na capital paraense, sendo o Parque Zoobotânico e o campus de pesquisa do Geoldi. Mas este ano, em virtude da pandemia do novo coronavírus, a programação ocorrerá em formato virtual.
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INVESTIMENTOS
Durante o evento, o ministro garantiu que, desde o início da atual gestão, a região amazônica é priorizada para receber investimentos oriundos do Ministério. Entre esses projetos está a criação de laboratórios remotos, que serão gerenciados pelas unidades vinculadas ao MCTI – entre elas estão o Museu, Inpa e Instituto Mamirauá –, utilizados para a coleta e estudos da biodiversidade do Bioma Amazônia.
“Temos um plano de desenvolver os laboratórios que já existem. Temos uma secretaria nova de projetos e fundos, a ideia é buscar recursos para projetos, fora do orçamento normal, com uma série de possibilidades de fundos, para financiar projetos. E essa região, desde o começo da gestão está dentro de nossas prioridades”, disse. E, pensando em fazer a promoção da ciência, o ministério criou a Secretaria de Articulação e Promoção da Ciência.
“A ideia é as pessoas perceberem que a ciência está ao seu redor, que as pessoas participem e que os jovens pensem nas carreiras de ciência e tecnologia como opção para o futuro”, explicou o ministro.
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ORÇAMENTO
Apesar do anúncio de investimentos, Pontes informou que, em 2020, o Ministério conseguiu preservar o orçamento das unidades de pesquisa, inclusive do Museu Goeldi, e das bolsas de CNPQ. Mas existe a expectativa de se efetuar um corte de 15% no orçamento das unidades de pesquisa vinculadas à pasta em 2021. “A expectativa para o ano que vem é um corte de 15% no nosso orçamento. No estado em que estamos, fica muito difícil para que eu preserve também o orçamento, não temos mais onde espremer. Então deve haver alguma redução. Estamos discutindo isso com a Economia. Desde 2003, o orçamento do Ministério está sendo reduzido e temos de buscar alternativas. Por isso criamos a Secretaria de Fundos e Projetos para que as nossas unidades de pesquisa estabeleçam e formatem projetos, que possam atrair o interesse do setor privado ou de outros fundos e meios”, pontuou Pontes.
ATUAÇÃO
A programação de aniversário virtual do Museu inclui a disponibilização de vídeos, rodas de conversa, palestras, seminários, tour, oficinas, jogo digital, cartilha e o festival de gastronomia inteligente. O objetivo é de que o público entre em contato com estudos na área das ciências naturais e humanas, curiosidades, lugares distantes, coleções científicas e laboratórios que nunca conheceram e, ainda, olhar locais por onde circulam sob outro prisma.
A sede principal do Geoldi está localizada em Belém, e há ainda outras quatro bases físicas – Parque Zoobotânico (no centro da cidade), Campus de Pesquisa (bairro periférico), Estação Científica (Flona de Caxiuanã, Marajó – PA) e um Campus Avançado (Cuiabá – MT).
A diretora do Museu Goeldi falou sobre a importância da existência da instituição para a preservação e conhecimento da biodiversidade amazônica. “É o segundo museu de ciências mais antigo do Brasil, instalado em uma época em que praticamente não se falava de ciência no país. A Amazônia Legal ocupa cerca de 60% do país e até hoje tem somente 5% dos pesquisadores (do país)”, disse Ana Albernaz. “Somente nos últimos quatro o Museu Goeldi participou da descrição de 301 novas espécies. Estamos descobrindo ainda espécies de porte grande. Qualquer expedição que a gente faça hoje tem o descobrimento de novas espécies, de extensão de distribuição de espécies já conhecidas, o que mostra que ainda se conhece muito pouco sobre o bioma”, finalizou.
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