Sérgio Amorim, secretário de Saúde do prefeito de Belém, Zenaldo Coutinho, foi um dos principais alvos da operação Quimera na manhã desta sexta-feira (9). A operação, conduzida pela Diretoria Estadual de Combate à Corrupção da Polícia Civil do Pará (DECOR), investiga denúncias de fraudes na compra de respiradores pulmonares realizada pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) com recurso do Fundo Municipal de Saúde.
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O Juiz Heyder Tavares Ferreira, que autorizou a ação policial de hoje, também bloqueou R$ 740 mil de Sérgio Amorim; Genny Missora Yamada; MY02 Soluções em Saúde; e GM Serviços Comércio e Representação. Esta última foi a empresa que revendeu os respiradores pulmonares à Prefeitura de Belém durante pandemia de Covid 19. O sigilo fiscal de todos os envolvidos também foi quebrado a pedido do juiz Heyder Tavares Ferreira.
CORRUPÇÃO E PECULATO
De acordo com informações da Polícia Civil, estão sendo apurados apura crimes de fraude à licitação, falsificação de documento particular, peculato, dentre outros ilícitos. Ao todo, 12 mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos, em dois órgãos municipais (cinco endereços compostos por dez setores/secretarias) e quatro residências. As diligências seguem em andamento. Equipes da Perícia Criminal também estão nos locais.
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ZENALDO IGNORA DECISÃO JUDICIAL
Numa entrevista que deveria ser coletiva, mas que acabou virando uma declaração unilateral na tarde desta sexta-feira (9), o prefeito de Belém Zenaldo Coutinho muito falou, mas pouco explicou, sobre a operação Quimera, da Polícia Civil, que apura fraude na compra de respiradores superfaturados pela Secretaria Municipal de Saúde, comandada por Sérgio Amorim e que causaram um prejuízo de quase R$ 800 mil aos cofres do município de Belém segundo a Polícia Civil.
Zenaldo se limitou a dizer que tudo não passava de perseguição de seus adversários, ignorando completamente que a Operação Quimera foi determinada pela Justiça do Pará, através do juiz Heyder Ferreira, que determinou a quebra de sigilo fiscal e bancário de Sérgio Amorim, que é conhecido por ter sido indicação pessoal do irmão do prefeito, Guto Coutinho, e que assinou a compra dos equipamentos com a também investigada GM Serviços Comércio e Representação, de propriedade de Genny Missora Yamada. A Justiça também determinou o bloqueio de bens da empresa MY02 Soluções em Saúde, também de propriedade de Genny.
EMPRESA DE FACHADA
As equipes da Polícia Civil realizaram buscas na sede da empresa investigada denominada GM Serviços Comércio e Representação Eireli e em dois locais que, durante a investigação, foi constatado que servem como ponto de fachada. A Polícia Civil também informou que já existe ação de improbidade administrativa instaurada pelo Ministério Público Estadual, que apura a responsabilidade administrativa dos envolvidos pela prática dos fatos em apuração que configurariam, em tese, improbidade administrativa.
O DOL solicitou o posicionamento da Sesma e aguarda a nota da secretaria.
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