A organização da tradicional festa de Iemanjá Rainha das Águas, na Praia Grande no Distrito de Outeiro, que acontece no início da madrugada do dia 8 de dezembro, decidiu não realizar o evento por conta da pandemia do Covid-19. A festividade da imagem, que corresponde à Nossa Senhora de Imaculada Conceição no sincretismo religioso entre o catolicismo e as religiões de matrizes africanas, é considerada patrimônio cultural imaterial do Pará.
Para os devotos de Iemanjá, a suspensão das celebrações se justifica pela mesma fé que os motivaram em outros anos a lotar as praias do Outeiro para lançar as oferendas nas águas à imagem. “Defendemos a vida, da mesma forma como nossa Iemanjá é a protetora da vida e de tudo o que respira”, disse Mãe Patrícia, presidente do Instituto Toia Afro Cultural Iemanjá e do Terreiro de Mina Nagô.
Apesar disso, os organizadores acreditam que membros de alguns terreiros de umbanda, candomblé e outras religiões de matrizes africanas podem se organizar individualmente para o ritual às margens das praias do distrito. “Não podemos proibir as pessoas a professarem a sua fé de forma individual”, declarou Itacy Rodrigues, presidente da União Religiosa dos Cultos Umbandistas e Afro-brasileiros do Pará (Urcabep).
Segundo Mãe Patrícia, a festividade à Iemanjá acontece em Outeiro há quase 50 anos, que a cada edição reúne mais adeptos. “Nossa mãe Iemanjá atrai as pessoas e que esse ano, mesmo não podendo acontecer igual aos outros anos, que a rainha das águas, da vida, possa nos ajudar a vencer esse vírus”, concluiu Mãe Patrícia.
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