Instituído para esclarecer a sociedade sobre as características únicas das pessoas diagnosticadas com algum grau do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e busca normalizar a neurodiversidade, ou seja, o reconhecimento de que o funcionamento cerebral de algumas pessoas é diferente do que é considerado típico, o Senado decidiu por unanimidade, em junho de 2020, que o dia 18 de junho seria destinado à comemoração do Dia Nacional do Orgulho Autista.

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Dados divulgados na época, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mostrava que haviam 70 milhões de autistas no mundo e 2 milhões no Brasil.

“A data é importante, pois visa trazer para a sociedade o esclarecimento sobre o transtorno espectro autista, o debate sobre o autismo. Visa a questão de trazer para trabalhar, a neurodiversidade, onde algumas pessoas têm o padrão de trabalhar o funcionamento diferente, daquelas pessoas que são neurotípicas, mas que isso não significa que elas são pessoas que são limitadas, que não podem ter acesso, que não podem conseguir uma profissão. Através desse debate a gente consegue trabalhar também a inclusão social”, detalha Karina Medrado, Especialista em Neuropsicologia.

Para promover a inclusão dos autistas, considerando todas as características e necessidades, são indispensáveis adaptações físicas, comportamentais e legais, que garantam a eles qualidade de vida e cidadania.

“O trabalho de inclusão é importante para que a gente possa conversar sobre a inclusão do espectro autista de uma forma muito natural, impedindo que as pessoas sejam isoladas do meio social”, completa a profissional.

Os sintomas do autismo podem ser emocionais, cognitivos, motores ou sensoriais. O diagnóstico definitivo é dado após os três anos de idade, mas os sintomas podem ser observados antes disso e os cuidados podem ser iniciados de imediato.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é caracterizado principalmente por: interações sociais únicas; formas não padronizadas de aprendizagem; forte interesse em assuntos específicos; inclinação para rotinas; dificuldades em formas típicas de comunicação e maneiras particulares de processar informações sensoriais.

“Em Belém temos algumas clínicas e institutos voltados para as terapias necessárias dessas pessoas que possuem o espectro autista. Existem lugares que atendem pelo SUS e outros privados, as clínicas particulares. Todos buscam pelo atendimento multiprofissional, com psicólogos, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, pedagogo, neuropediatra, ou seja, uma equipe inteira para que possa ser feita um terapia global. Temos, por exemplo, o Instituto Casula, promove um estímulo saudável e individualizado e acolhe essa criança já ainda na primeira etapa que é a do diagnostico, e continua com o processo de acompanhamento”, finaliza Medrado.

Até 2012, a legislação brasileira não era clara em relação ao autismo e muitas vezes impedia os pacientes de usufruir direitos. Novas leis já garantem a inclusão escolar, o direito à matrícula em escolas regulares, acesso a um mediador escolar sem custo para a família e sanções aos gestores que negarem a matrícula a estudantes com deficiência foram definidos.

Clínicas possuem tratamento multifuncional para atender autistas em Belém Foto: Reprodução

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