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COMPORTAMENTO

Vitória de Rayssa chama atenção para maturidade aos 13 anos

Conquista da medalha de prata pela skatista Rayssa Leal chama a atenção para a faixa etária dos jovens de 13 anos. Com incentivo, adolescentes aproveitam as chances oferecidas e viram exemplos

Imagem ilustrativa da notícia Vitória de Rayssa chama atenção para maturidade aos 13 anos camera Rayssa Leal | FOTO: Richard Callis / Fotoarena /Folhapress

Desde a última segunda-feira (26), o Brasil e o mundo passaram a reverenciar uma menina de 13 anos. A skatista Rayssa Leal, de Imperatriz (MA), deixou qualquer nervosismo de lado e, com serenidade, uma dancinha cativante e um jeito de quem está ali para se divertir, conquistou uma medalha de prata no Skate Street, nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O feito inédito faz dela a esportista mais nova do país a ganhar uma medalha olímpica e passou a despertar uma curiosidade: quem são esses jovens de 13? Uma geração que transita entre a infância e a adolescência e que tem muito a mostrar sobre o próprio perfil.

Em Belém, Maria Eduarda Pontes de Sousa, 13 anos, também é apaixonada por skate, toca violão e gosta de jogar videogame, atividades comuns para alguém da idade dela. A estudante do 7º ano do Ensino Fundamental mostra que o dia a dia todo preenchido é fruto de alguém ávido por conhecer e aproveitar todas as possibilidades que lhes são apresentadas. “Há um mês que comecei a andar de skate, mas já estou tentando fazer as manobras e evoluindo. Na verdade, teve uma influência de um desenho que vi, que tinha skate. Achei tão interessante, tão legal, que quis comprar um para me divertir”, conta. “Meus pais ficaram receosos com a possibilidade de me machucar, mas hoje estão mais seguros pelos equipamentos. Costumo praticar no meu prédio, que tem uma quadra. Tem uma rampa que uso também e, às vezes, vou para a pista no Marex, perto do aeroporto”.

Maria Eduarda Pontes
📷 Maria Eduarda Pontes |Foto: Wagner Almeida

O amor pelo esporte é dividido com a música. Maria Eduarda toca violão desde os nove anos. “Já estou bastante evoluída, sei tocar ‘fingerstyle’ (apenas com os dedos, sem palheta). Comecei a ter aula com um parente que toca bastante, mas comecei aprendendo sozinha, vendo no YouTube e praticando”.

Se a plataforma de vídeos serve de aprendizado, o videogame, hábito antigo que faz a cabeça da garotada há gerações, é outra tecnologia que ainda hoje encanta os adolescentes. “Jogo no PS4 e celular desde pequena e continuo até hoje porque eu amo Minecraft e diversos jogos que acho muito legais”, continua.

Sobre a conquista de Rayssa, ‘Duda’ é só elogios. “Na hora em que ela ganhou a medalha, eu pensei que é uma menina de 13 anos, da minha idade, que representa todas as mulheres do Brasil. E isso foi simplesmente incrível”, descreve.

Apesar dos pontos em comum com a medalhista olímpica, Maria Eduarda não tem pressa em traçar um plano de vida, em virtude das tantas possibilidades que se abrem para experimentar e, enfim, definir o futuro. “Ainda não sei. Tenho uma paixão pelo skate, mas também uma paixão enorme por cantar, uma diversão para mim. Um dia eu vou decidir isso, como cantora ou como skatista”, deixa no ar com mais um talento revelado. “Eu canto mais no banheiro, que tem eco. Canto desde pequena por diversão mesmo. Disseram que minha voz é bonita para cantar e acabei querendo mais e mais”.

TRAJETÓRIA

No caso do estudante Felipe das Neves, 13 anos, a festejada conquista de Rayssa o fez pensar na própria trajetória. “Acho realmente interessante ela ganhar, não por ser do Brasil, mas pelo fato de nunca ter visto isso, de competir assim, com essa idade, e ficar na frente de seus ídolos”, avalia. “É claro que pesa na consciência de ela já tem até medalha e eu ainda estou ‘normal’ (sic). Mas não devo me comparar, porque eu sei que ela tem aptidão melhor com skate e eu nunca fui de me esforçar tanto assim com esporte”.

Felipe das Neves
📷 Felipe das Neves |Foto: Mauro Ângelo

Se as modalidades olímpicas não são prioridade para o adolescente, batalhar para ter satisfação pessoal, tal qual a maranhense, é uma característica em comum. Felipe conseguiu uma vaga no Colégio Militar de Belém com um incentivo especial para alguém da idade dele, a promessa de ganhar um celular novo da mãe, uma medalha de ouro para qualquer um.

“Meus pais são civis, não militares. Estava na 5ª série e minha mãe queria que eu estudasse para passar, contratou um professor para eu conseguir focar e me prometeu um celular se eu conseguisse. Me esforcei e passei em 12º lugar no concurso de 2019”, conta o estudante, hoje no 8º ano do Ensino Fundamental.

O smartphone e o material didático da rotina de estudante militar só são deixados de lado quando Felipe está no Instituto Estadual Carlos Gomes, onde estuda música. “Fiz um teste quando tinha sete anos. Não estudei tanto quanto para o Colégio Militar, eu já cantava antes, só treinei um pouco, fiz o teste e passei”, relata. “No primeiro ano era musicalização, depois escolhi flauta, mas penso em mudar para piano ou saxofone”, avalia.

A necessidade de dominar a língua inglesa também faz parte do dia a dia, duas vezes por semana. “Faço curso desde os cinco anos, faltam dois anos para acabar, a partir de 2022”, detalha. “Inglês é essencial, na minha opinião. Quando for sair para viajar, para um país que você não entende a língua, pode usar o inglês, que é universal e muito útil. É essencial para não ter tanta dificuldade em se comunicar”.

Yes! E ainda sobra tempo para o lazer e pensar na vida adulta. “Normalmente quando saio do Colégio Militar, faço algum dever ou trabalho mais simples, jogo, vejo TV, uso celular...”, pontua. “Eu me vejo numa profissão que tenha relação com matérias que eu gosto mais, biologia acho fácil, talvez biólogo ou médico. Carreira militar, não sei. Acho que não, ainda estou novo para decidir essa parte, militar ganha dinheiro, mas não sei direito se vou continuar, mas é uma possibilidade”, raciocina. “Música é por lazer, para me entreter. Posso usar como um plano B, dar uns ‘bicos’ de professor, mas ainda não sei”.

ATIVIDADES

O estudante Ysak Abreu só vai completar 14 anos em dezembro e também vive no “corre” típico da idade com várias atividades divididas ao longo da semana. “Estudo de tarde e faço muitas atividades extras. Costumo fazer aulas de tênis nas manhãs de segunda e quarta; nas terças eu faço aulas de vôlei no fim da tarde; nas quintas eu faço aulas de teclado na parte da manhã e também pratico um pouco ao longo da semana. Nos sábados eu faço aulas de inglês nas manhãs”.

Certeza, por enquanto, só a de querer morar no exterior. “Planejo cursar uma faculdade fora do país, estudar bastante para conseguir um bom emprego e ir morar no exterior. Planejo continuar ativo nos esportes e, após o término do meu curso do inglês, gostaria de aprender um novo idioma como francês ou espanhol”, destaca.

A escolha da profissão, por enquanto, ainda não está definida. “Se eu fosse escolher agora, pensaria em virar engenheiro ou empresário, porém mesmo pensando nessas duas ainda tenho muitas dúvidas sobre e vontade de experimentar de tudo, até achar algo que eu realmente goste e me faça feliz”.

Por enquanto, a alegria do estudante está centrada também no feito de Rayssa. “Fiquei muito feliz por ela. Estava acompanhando as Olimpíadas nesse dia e fiquei muito ansioso vendo a competição. Estava torcendo muito e fiquei feliz demais”, reitera. “Ela ganhou a medalha de prata sendo uma representante brasileira e tendo apenas 13 anos. Ela virou uma grande inspiração para mim. Acredito que qualquer um pode chegar onde ela chegou, ou até mais longe ainda, caso siga seus sonhos e tenha, principalmente, o apoio e o incentivo dos pais e muita fé em Deus, que tudo dará certo”.

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