Estudos realizados pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) apontam que mulheres que amamentam durante um ano, apresentam de 4,3% a 6% menos chances de desenvolver tumores na região mamária, diminuindo o risco do câncer de mama.
A explicação vem do fato de que as lactantes, mulheres que produzem o leite e amamentam, experimentam algumas mudanças hormonais, entre elas a redução na exposição ao estrogênio, hormônio que pode promover o crescimento de células de cancerígenas.
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Segundo Danielly Souza, nutricionista clínica da Pró-Saúde, que atua no Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan (HMIB), o aleitamento materno cria mecanismos de adaptação e indução no corpo da mulher, que auxiliam na prevenção ao câncer de mama.
“É nessa fase que a mãe apresenta um perfil hormonal que induz a maturação das glândulas mamárias, tornando as células mais ‘estáveis’ e menos propensas ao desenvolvimento do câncer”, explica Danielly.
A profissional, que é responsável técnica pelo Banco de Leite Humano do HMIB, destaca também que algumas pesquisas mostram que, nesse período, ocorrem trocas de substâncias em que os hormônios agem como fator de proteção em relação ao câncer de mama.
“Esse mecanismo hormonal acontece a partir da estimulação do seio da mãe pela criança. Isso significa que, quanto mais a mãe amamentar, mais protegida ela está. Durante o aleitamento materno, as células da mama se renovam o tempo todo, o que ajuda a remover células potencialmente danosas. Essa ‘renovação celular’ reduz a incidência de câncer”, afirma a profissional.
Benefícios do aleitamento materno para mãe e bebê
A médica ginecologista Waléria Plácido destaca os benefícios da amamentação. Segundo ela, “o leite materno é rico em proteínas, vitaminas, anticorpos, gorduras e água. Ele nutre e protege o bebê, influenciando sua saúde para o resto da vida e criando maior resistência contra doenças como obesidade e diabetes”.
A recomendação da amamentação por até dois anos ou mais, segundo a ginecologista, "traz benefícios para a criança e vale para todas as mulheres em fase de lactação. Além disso, o processo de desmame do bebê pode acontecer de forma mais natural com o passar dos anos".
A especialista da Pró-Saúde, que também atua no HMIB, destaca que, quanto mais tempo a mãe amamenta, menores são as chances de se desenvolver um tumor no futuro. “Ou seja, tanto mãe quanto bebê se beneficiam do aleitamento”, pontua.
De acordo com estudo publicado em 2016, pela revista médica The Lancet, universalizar a amamentação, com incentivo ao ato nos primeiros anos de vida da criança, entre seis meses até dois anos ou mais, evitaria a cada ano, a morte de 800 mil crianças e 20 mil mulheres vitimadas pelo câncer de mama.
Prevenção
Mesmo com a amamentação, a mulher deve realizar o autoexame e outros exames preventivos, como a mamografia, além de consultar um médico anualmente, principalmente depois dos 40 anos.
“Preventivos ajudam no diagnóstico precoce e aumentam as chances de cura do câncer de mama. Mulheres com histórico da doença na família também precisam ficar atentas e redobrar a prevenção”, reforça a médica.
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