Este domingo (21) e o próximo, 28 de novembro, representam para mais de três milhões de estudantes inscritos no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), em todo o Brasil, dias decisivos, que podem garantir a entrada em uma universidade. No Pará, pouco mais de 228 mil pessoas estão inscritas no exame. Grande parte, jovens que não escondem a ansiedade com o compromisso educacional.
Um desses estudantes é Vinícius Leitão, 19 anos, que vai prestar a avaliação pela quarta vez. A justificativa para não desistir de fazer uma boa nota é categórica. “Dedicação ao curso que eu quero, medicina. Já no Ensino Médio, a gente manteve a preparação e no convênio foi mais como se fosse um ano de cursinho para poder complementar, mas ainda assim, acho que, muito novo, a gente não tem a maturidade que a prova exige. Ao longo do tempo a gente vai adquirindo mais experiência”, considera. Da primeira vez que participou do exame para cá, Vinícius assegura que muita coisa mudou. “Na primeira vez a gente vê as pessoas passando no curso que elas querem, é um sentimento muito frustrante, mas depois, nos anos seguintes, a gente vê que é só ter calma, respirar e tentar de novo”, ensina.
NA TRAVE
No caso de Juliana Coelho, 18 anos, a vaga no curso superior passou de raspão com uma pontuação que quase a garantiu na universidade nas duas vezes que prestou o Exame Nacional do Ensino Médio. “É bem frustrante a gente perceber quanto a gente tenta e ver que bate nos mesmos erros, ou acaba percebendo alguma uma falha de atenção na prova”, afirma. “Acaba sendo muito importante a gente rever esses erros para não cometer de novo”.
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Para esta terceira tentativa, Juliana admite que está ansiosa. “O coração fica extremamente acelerado, o nervosismo sobe. Às vezes a gente até duvida, mas esse ano eu estou confiante que minha preparação está no caminho certo”, considera. “Sou extremamente grata à minha família, eles me dão muito apoio, não têm o costume de cobrar, exigir. Da parte familiar tenho um suporte muito bom, eles me passam uma tranquilidade valiosa”. Para que tudo dê certo dessa vez, a estudante conta que teve um ano bem sacrificante. “A gente tem que abrir mão de várias coisas, priorizar os estudos, criar uma rotina que não é simples de seguir”, pontua. “Para esse ano eu acho que dá para passar, espero que sim”.
PANDEMIA
Não bastasse toda a dificuldade de absorver o conteúdo exigido pelo exame e a concorrência acirrada nos cursos das universidades públicas, desde o ano passado os estudantes ainda precisam lidar com os entraves provocados pela pandemia. O novo coronavírus, por sinal, é citado por Bruna Pinheiro, 18 anos, como um dos fatores que a fizeram ter de submeter a um segundo Enem neste e no próximo domingo.
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“O primeiro Enem coincidiu com a pandemia, então foi o ano que meus estudos se desregularam. Caí na procrastinação, não tinha vontade de estudar, era muita coisa ruim acontecendo ao mesmo tempo”, lembra. “Eu já fui para a prova meio pessimista com a ideia de que não iria passar. Estava preparada para enfrentar o primeiro e provavelmente o último ano de cursinho”, afirma. Em termos de conteúdo, Bruna também sabe qual foi o calcanhar de Aquiles. “A prova que eu me dei mal foi matemática. Eu gosto de ler, de textos. Cálculo nunca foi o meu forte”.
Coronavírus, matemática, concorrência... seja lá o que for, Bruna destaca que procurou superar qualquer obstáculo em busca de fazer uma boa pontuação no exame deste ano. “A minha rotina mudou quando percebi que precisava enfrentar meus problemas e precisava focar naquilo que era o meu bicho de sete cabeças. Então, esse ano, foi basicamente matemática e física, porque eu sabia que eram as partes que eu precisava melhorar”.
PRA VALER
Se Vinícius, Juliana e Bruna têm no currículo a frustração de ter de repetir a preparação para as provas, por não terem atingido a média dos cursos que queriam ingressar, no caso de Letícia Lima, 18 anos, é diferente. A estudante fez o Enem do ano passado, mas como treineira, sendo que agora será para valer. “Eu acredito que seja necessário a gente ter uma educação melhor, um curso superior”, destaca sobre o motivo de ter se dedicado para o exame.
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“No meu primeiro Enem eu não fiquei tão nervosa, eu estudava em escola pública e não sabia muito o que fazer, mas a redação foi boa”, diz. “Tive dificuldade em todas as matérias, só na redação que tirei 980”. Este ano, Letícia tenta obter nota para entrar no curso de fisioterapia na Uepa, ou medicina na UFPA. “A preparação foi meio difícil porque tive que estudar tudo, desde o início. Fiquei com muito peso na consciência, me cobrando demais. Nos primeiros meses foi horrível, tive crise de ansiedade, chorei muito, mas o cursinho me ajudou, os professores”, assegura. “Eu acho que, de todas formas, a gente tem que enfrentar nossas dificuldades, já aprendi muita coisa. Espero estar preparada, dei o meu melhor. Se não der, ano que vem tento de novo”, deixa claro.
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