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DESASTRE EM BARCARENA

MPF dá prazo até hoje para Imerys informar sobre riscos

Um dos galpões da empresa pegou fogo na segunda-feira e uma nuvem de fumaça se espalhou sobre Vila do Conde, em Barcarena, afetando pessoas que estavam próximas.

Imagem ilustrativa da notícia MPF dá prazo até hoje para Imerys informar sobre riscos camera Comunidade foi orientada a procurar atendimento médico após incêndio em galpão. | Divulgação

A Imerys tem até às 20h30 de hoje (8), para prestar oficialmente ao Ministério Público Federal (MPF) as informações detalhadas sobre o incêndio que aconteceu na segunda-feira (6), quando um dos galpões da empresa pegou fogo e espalhou uma nuvem de fumaça sobre Vila do Conde, em Barcarena. O acidente, segundo a mineradora, teria sido provocado por um produto químico usado no beneficiamento de caulim, o hidrossulfito de sódio.

A substância tem a coloração branca e possui odor de enxofre. O MPF quer saber ainda as causas do acidente e quais as medidas que a empresa está tomando para amenizar os impactos sobre a saúde coletiva e os danos socioambientais.

Até o final da manhã de ontem (7), pelo menos 49 moradores de Vila do Conde tinham passado mal por ter inalado a fumaça que continha o hidrossulfito de sódio, segundo a prefeitura de Barcarena. Os vinte primeiros atendimentos foram nas duas primeiras horas após o incêndio ter sido controlado.

Entre as pessoas que passaram mal estava a adolescente Lidiele Santos, 16, que está grávida de seis meses. A jovem precisou de atendimento médico em casa. “Eu não estava em casa quando o acidente aconteceu. Cheguei quando tudo já tinha se acalmado, mesmo assim o cheiro de enxofre ficou no quarto em que durmo. Acordei com enjoo, dor de cabeça, nariz irritado e tontura, descreveu.

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A cunhada dela também passou mal. Mikaele Goes contou que estava jantando quando começou a sentir o odor de enxofre. “Passei mal na hora. Tive ânsia de vômito, senti dor nos olhos e de cabeça. Estou sentindo até agora, inclusive”, relatou, quando já tinham passado mais de doze horas do acidente.

Na Unidade de Saúde do bairro Industrial, a maior demanda de atendimento foi de crianças. A dona de casa Marielza Miranda levou dois dos quatro filhos para atendimento. Um deles ainda é um bebê de colo. “Ele não dormiu a noite toda. Estava com os olhos irritados, imagino que ardendo, e chorando. Vim trazer ele para ser avaliado por médico”.

Enfermeiros socorristas de uma empresa terceirizada se voluntariaram para fazer uma busca ativa e prestar atendimento para quem estava com desconforto respiratório leve, evitando assim uma possível superlotação nas Unidades de saúde e de Pronto Atendimento (UPA). “Elaboramos um plano de contingenciamento para esta semana. Estamos fazendo uma espécie de triagem a domicílio. Os casos que apresentam maior complexidade, a gente leva as pessoas até a UPA”, disse Alisson Vieira, coordenador da equipe.

Pesa ainda a denúncia feita pela comunidade em relação a um suposto vazamento de produtos químicos no rio Dendê, que corta o bairro Industrial, localizado ao lado da sede da empresa. As águas do igarapé amanheceram com a coloração branca. O pescador Adilton Negrão considera o dano irreparável. “Não vamos mais conseguir pescar neste igarapé”, lamentou. Negrão também passou mal por inalar a fumaça tóxica. Sentiu irritação nos olhos, tosse e dores na garganta e nas costas.

Reunião

Mesmo com o acidente, a Imerys manteve as suas atividades em regime normal ontem. O que estava diferente era o entra e sai de viaturas dos órgãos de Segurança Pública do Estado e das autoridades municipais de Barcarena. Uma reunião foi realizada entre a empresa e os órgãos competentes, mas a imprensa não teve acesso a sala onde o encontro ocorreu.

O tenente coronel Portilho, do Corpo de Bombeiros, que participou da operação, disse que quando as guarnições chegaram ao local o incêndio já tinha sido controlado pela brigada da própria empresa. “No local, não encontramos indícios de que houve explosão, mas teve incêndio. A perícia vai apontar as causas”. O oficial explicou que o hidrossulfito de sódio é uma substância que ao entrar em contato com água ou ambientes úmidos libera calor, logo pode provocar incêndios.

Imerys

Em nota, a Imerys informou que “investigações estão em curso com a participação das autoridades locais, sem riscos detectados de novos focos de incêndio”.

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