No Pará houve redução de 88,5% dos óbitos do segundo semestre de 2021 quando comparado ao primeiro semestre de 2021. No primeiro semestre do ano passado foram notificados 8.175 óbitos. Já no segundo semestre as notificações foram de 937 óbitos. Nos primeiros 12 dias deste ano a redução foi ainda maior: foram notificados 24 óbitos por Covid-19 em todo o Estado.
A técnica de enfermagem Shirley Maia, de 39 anos, foi a primeira paraense a receber a vacina contra a Covid-19 em território paraense no dia 19/01/2021. Desde essa data até a última sexta-feira, 79% das pessoas já tinham sido vacinadas com a primeira 1ª dose; 70% com a 2ª dose; 7,7% com a 3ª dose em todo o Pará.
Das 13.391.235 doses enviadas ao Estado do Pará pelo Ministério da Saúde, 5.186.550 (38,73%) são da Pfizer; 4.804.695 (35,87%) são da Fiocruz-Astrazeneca; 3.241.390 (24,20%) são do Butantan-Coronavac; e 158.600 (1,18%) da Janssen. Do total de doses recebidas pelo governo do Estado, até a última sexta-feira já haviam sido aplicadas 11.711.265 doses divididas entre as 3 doses.
De acordo com o Vacinômetro da Sespa, os 3 primeiros municípios no ranking de desempenho nas duas etapas de vacinação são Curralinho (88,48%), Mojuí dos Campos (87,79%) e São Domingos do Capim (85,76%). Belém aparece apenas na 10ª colocação (81,65%).
VACINA
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, o Pará tem avançado na vacinação, mas é de extrema importância que a população busque a imunização que está disponível em todo o Estado nos postos municipais. Também é necessário que os municípios façam busca ativa da população em atraso e facilitem o acesso aos imunizantes.
Jesem Orellana, epidemiologista da Fundação Oswaldo Cruz na Amazônia, destaca que a vacina tem um papel essencial nesse momento do avanço de uma variante que tem alto potencial de transmissão como a Ômicron. Segundo ele, a terceira dose e a necessidade de se vacinar logo as crianças com a chegada das vacinas da Pfizer é fundamental para reduzir a contaminação
“Primeiro, temos que proteger individualmente as crianças e, como efeito indireto, proteger o restante da população, já que quanto mais vacinados, menores as chances de adoecimentos, especialmente de casos graves e mortes por Covid-19”, diz.
O especialista avalia que inevitavelmente seguirão surgindo novas variantes do SARS-COV-2. “Agora, diante de tamanha e violenta disseminação viral causada pela Ômicron e pelos absurdos relaxamentos no nível populacional em relação às medidas de contenção viral, as chances de novas e mais ameaçadoras variantes aumentam a níveis inéditos. Temos que esperar, de preferência rezando para que isso não aconteça, dada a decepcionante omissão sanitária de autoridades – sobretudo a federal - e de parte da população”, afirma.
Orellana avalia como correta a decisão dos governos e prefeituras em cancelar o carnaval de rua esse ano. Por outro lado, muitos criticam a medida tendo em vista que o carnaval privado ocorrerá normalmente, assim como outros eventos com aglomeração de público, como jogos de futebol.
“O cancelamento do carnaval de rua é mais do que esperado e correto. No entanto, mais restrições são necessárias, independentemente da natureza do evento, pois o vírus não escolhe classe social, tipo de aglomeração ou dia para fazer novas vítimas”.
A recomendação do infectologista em relação à nova variante é a mesma que vem sendo preconizada nos últimos meses “Todos que puderem devem completar o esquema vacinal, usando máscara, mantendo o distanciamento físico e a higienização das mãos, principalmente”.
Amazonas
Orellana chama a atenção para o crescimento de casos de Covid no Amazonas. “Os temores de mais sofrimento grave e mortes evitáveis, parecem estar se tornando uma realidade, pois o número médio de pacientes internados por Covid-19 mais do que dobrou na última semana (07 a 13/Jan/2022), em comparação a anterior (31/12/21 a 06/Jan/2022), saltando de 30 para 62.
Segundo o infectologista, na última quinta-feira a ocupação de leitos clínicos para Covid-19 em Manaus já alcançava 63%. “O que mais impressiona é o número de internações nos últimos dois dias (12 e 13/Jan), com 37 e 42, respectivamente. Por que este número chama a atenção? Justamente porque só vimos algo assim no início da segunda quinzena de dezembro de 2020, quando o Governo do Estado do Amazonas também negava a grave crise que se desenhava”.
l Para o especialista, os números devem crescer mais nos próximos dias, sobretudo de internações em UTI e de mortes evitáveis por Covid-19. “Isso sem falar que a drenagem de pacientes do interior do Estado pode complicar a situação ainda mais, como em 2020 e 2021. Precisamos de imediatas e mais efetivas restrições que limitem a circulação viral em Manaus”.
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