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CESTA BÁSICA

Alimentos ficaram até 66% mais caros em um ano

Segundo a Associação Brasileira de Supermercados, houve um aumento médio de 10% em 35 itens pesquisados entre dezembro de 2020 e 2021. Consumidores precisam se virar para conseguir levar produtos para casa

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Imagem ilustrativa da notícia Alimentos ficaram até 66% mais caros em um ano camera Entre os produtos com preços que assustam os consumidores está a carne bovina | Wagner Santana/ Diário do Pará

De acordo com uma pesquisa divulgada pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), uma cesta básica de 35 produtos de largo consumo, atingiu um aumento de preços de 10,32%, e passou de R$635,02 em dezembro de 2020 para R$700,53 no mesmo mês em 2021.

Os itens com maiores altas durante os doze meses foram o café torrado e moído (66,62%), açúcar (39,90%), margarina cremosa (31,33%), extrato de tomate (28,37%) e frango congelado (27,92%). Em contrapartida, as maiores quedas foram da batata (-28,73%), arroz, (-17,72%), pernil (-9,12%) e feijão (-2,47%).

Na análise regional, o desempenho das cestas na região Nordeste registrou alta de 14,51%, a maior variação acumulada do ano. Em seguida, a região Sul encerrou o ano com 11,78%. A região Sudeste está em terceiro lugar (9,13%), seguindo do Norte (9,02%) e Centro-Oeste, com 7,44%.

Por outro lado, a pesquisa mostra que, mesmo assim, o consumo nos lares do país encerrou o ano passado com uma alta acumulada de 3,04%. Somente em dezembro de 2021, o consumo nos setores supermercadista, como minimercados, atacarejos, hipermercado, lojas da vizinhança e e-commerce registrou alta de 4,27% em comparação ao mesmo mês do ano anterior. Já na comparação entre novembro e dezembro de 2021, o aumento foi de 22,47%.

BELÉM

Em uma rede de supermercados de Belém, os consumidores já sentiram o aumento no preço dos alimentos mais básicos e têm feito certo malabarismo para conseguir garantir os alimentos em casa. As compras semanais da trabalhadora doméstica Ruti Sousa, 45 anos, dão de R$300 a R$400 reais. Ela conta que deixou de comer carne devido ao preço e agora tem o costume de pesquisar entre as marcas mais em conta dos demais alimentos.

“Ultimamente eu não tenho comido mais carne, eu compro frango que é mais barato e ainda tá caro. Eu fazia compra no atacado antes, mas agora não dá mais por causa do preço”, diz.

Entre os alimentos que mais afetaram o bolso de Adriana Ferreira, 40, estão a carne, o arroz, feijão e o ovo. A funcionária pública gasta, em média, R$400 reais na compra mensal e leva as marcas mais acessíveis para não deixar faltar nada em casa.

“Eu senti um aumento considerável nos itens básicos da alimentação. Até o bucho que a gente comprava baratinho, agora tá um absurdo de caro. Uma bandejinha que eu comprava a três reais pra fazer dobradinha e botar no feijão, agora se a gente for comprar tá R$15, R$20, eu já encontrei até de R$25. Eu já troquei muitas marcas pela questão do preço também, principalmente do leite, arroz, yogurte e material de limpeza”, conta Adriana.

Com R$500 reais, Priscila Chagas, 30, faz as compras do mês, mas o constante aumento do preço dos alimentos básicos, como feijão e café, tem feito a esteticista optar por itens de menor valor.

“A carne, então, tá um absurdo. Pra encontrar uma carne que antes o valor era R$16 reais é difícil. Eu tô comprando uma pá a R$16, que é a mais barata. Tem mês que fica mais apertado e eu faço alguma mudança de marca porque as vezes a gente tem que experimentar porque tem uma qualidade boa. Nunca deixo de levar, faço aquele esforço, mas do jeito que tá indo daqui a pouco pode faltar”, afirma.

Silvana tenta adaptar a rotina no supeercado para dar conta de levar alimentos para casa
📷 Silvana tenta adaptar a rotina no supeercado para dar conta de levar alimentos para casa |Wagner Santana/ Diário do Pará

Já a cabeleireira Silvana Vale, 50, tenta algumas estratégias para não ter sustos no caixa. “O feijão a gente até parou mais de comprar porque você não come só o feijão tem que ter o charque, que tá caríssimo também. A gente pede pra partir ao meio que dá R$11 reais e aí dá pra levar. Não dá pra levar a calabresa, só dá pra levar um pedacinho de charque e às vezes a gente nem compra tempero porque se for comprar tudo o que tá faltando tu não consegues. Tá complicado, a gente leva o mais baratinho”, relata.

"Eu senti um aumento considerável nos itens básicos da alimentação. Até o bucho que a gente comprava baratinho, agora tá um absurdo de caro. Uma bandejinha que eu comprava a três reais pra fazer dobradinha e botar no feijão, agora se a gente for comprar tá R$15, R$20, eu já encontrei até de R$25”, Adriana Ferreira, dona de casa

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