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Dia da Mulher é fruto de processo histórico de lutas

Data foi oficializada em 1975 pela Organização das Nações Unidas, mas, bem antes, o 8 de março já remontava às demandas das mulheres em busca da equidade de gênero

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Imagem ilustrativa da notícia Dia da Mulher é fruto de processo histórico de lutas camera Eva Alterman Blay é socióloga e professora Emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP | Divulgação

As conquistas hoje usufruídas pelas mulheres são fruto de um processo histórico de luta, onde nada foi alcançado sem que tenha sido conquistado pela pressão e manifestação delas ao longo dos anos, em todo o mundo. Não à toa, é a partir deste cenário de lutas que se construiu o processo que deu origem ao Dia Internacional da Mulher, o dia 8 de março.

Apesar de oficializada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1975, a data tem raízes em processos históricos muito anteriores.

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As condições de trabalho impostas pelo processo de industrialização ainda no final do Século 19 e início do Século 20 foram o pano de fundo para o surgimento de manifestações e da organização de trabalhadores fabris.

Realizado por homens, mulheres e mesmo por crianças, o trabalho nas fábricas era executado em jornadas exaustivas, em locais que não garantiam condições mínimas de trabalho e mediante salários insuficientes. Diante deste cenário, o que se via ocorrer eram sucessivas manifestações de operários por melhorias trabalhistas.

Apesar disso, durante muito tempo as reivindicações não tinham como bandeira a igualdade salarial entre homens e mulheres que executassem as mesmas funções. “As trabalhadoras participavam das lutas gerais, mas quando se tratava da igualdade salarial, não eram consideradas.

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Alegava-se que as demandas das mulheres afetariam a “luta geral”, prejudicariam o salário dos homens e, afinal, as mulheres apenas “completavam” o salário masculino”, considera a socióloga e professora Emérita da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP), Eva Alterman Blay, no artigo ‘8 de Março: conquistas e controvérsias’. “Subjacente aos grandes movimentos sindicais e políticos emergiam outros, construtores de uma nova consciência do papel da mulher como trabalhadora e cidadã”.

Precursora dos estudos sobre os direitos das mulheres no Brasil, a socióloga aponta que a proposta de criação de um Dia Internacional da Mulher se deu ainda em 1910, pela alemã Clara Zetkin (1857-1933), membro do Partido Comunista Alemão. “Ao participar do 2º Congresso Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhagen, em 1910, Clara Zetkin propôs a criação de um Dia Internacional da Mulher sem definir uma data precisa”, diz.

INCÊNDIO

A proposição de um Dia da Mulher, feito por Clara Zetkin, portanto, é anterior ao incêndio ocorrido no dia 25 de março de 1911 em uma fábrica nos Estados Unidos, a Triangle Shirtwaist Company. O trágico episódio levou à morte de 146 pessoas que trabalhavam na fábrica a portas fechadas quando o incêndio teve início.

Dos trabalhadores mortos, 125 eram mulheres e 21 eram homens. “No Brasil, vê-se repetir a cada ano a associação entre o Dia Internacional da Mulher e o incêndio na Triangle quando, na verdade, Clara Zetkin o tenha proposto em 1910, um ano antes do incêndio.

É muito provável que o sacrifício das trabalhadoras da Triangle tenha se incorporado ao imaginário coletivo da luta das mulheres”, considera a socióloga. “Mas o processo de instituição de um Dia Internacional da Mulher já vinha sendo elaborado pelas socialistas americanas e europeias”.

Eva Blay destaca que, em 1908, no último domingo de fevereiro, um grupo de mulheres socialistas fez uma manifestação nos Estados Unidos para reivindicar melhores condições de trabalho e o direito ao voto. A essa manifestação, as trabalhadoras chamaram de Dia da Mulher.

No dia 8 de março de 1917, foram as trabalhadoras russas da tecelagem que entraram em greve, solicitando apoio aos metalúrgicos. “Na década de 1960, o 8 de março foi sendo constantemente escolhido como o dia comemorativo da mulher e se consagrou nas décadas seguintes”, aponta.

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