“Esse rio é minha rua”. Não existiria outra forma de resumir a triste e crítica condição vivida por moradores do conjunto Icuí-Guajará, em Ananindeua, que são obrigados a lidar com o descaso e o desrespeito simbolizados pelo esquecimento e a morosidade de uma prefeitura que, segundo eles, há quatro anos fecha os olhos para os problemas exaustivamente denunciados.
Obrigados a conviver com a lama na porta, é na rua Santa Luzia que os moradores não encontram paz, especialmente no inverno amazônico, quando só o que conseguem enxergar é a água barrenta tomando conta de tudo onde a vista alcança.
Os únicos que se “aventuram” por ela são os próprios moradores, já familiarizados com os buracos na via, e os garis, que não fogem à luta mesmo diante de uma via intrafegável, possibilitando que a coleta de lixo seja cumprida.
“A prefeitura [de Ananindeua] nos abandonou de tal maneira que não faz nada. Já não consegue escoar água nem mesmo depois da chuva. A rua fica assim o tempo todo”, desabafa Rubens Silva, apontando para o acúmulo visível. Cansado, o vigilante conta que precisa usar uma bota de chuva para cumprir a travessia até a rua principal, onde troca o calçado por um mais adequado antes de seguir para o trabalho.
Prefeitura nega serviços aos moradores
“Para a Sesan nós já pedimos asfaltamento, mas eles alegam que a obra é cara e tem que captar recursos para executar esse serviço. Para a Seurb nós pedimos abertura de vala, capina e limpeza da rua. Eles têm homens e caçambas, mas isso também não é atendido”, dispara Rubens.
Além da rua Santa Luzia, outras enfrentam a mesma situação: Jardim dos Esportes e a União, deixando inúmeros moradores desamparados e desesperados, sem saber mais a quem recorrer. “Já tem quatro anos que estamos nessa peleja. A gente vê as ruas sendo asfaltadas próximo da nossa, mas ninguém vem aqui. Não dá nem pra andar aqui. Se não tivesse essa calçada lateral, como a gente andaria?”, lamenta Paulo Sérgio.
“Infelizmente é a nossa realidade e não é por falta de interesse. Já fomos várias vezes na secretaria, existem vários ofícios lá e até hoje não tivemos resposta”, dispara Naldo Costa. O pintor aproveita o espaço também para denunciar a falta de médicos em dois postos de saúde. “Nós nos sentimentos abandonados aqui”, confessa.
A fala de Costa e ganha coro com os demais vizinhos, que concordam: na busca por uma solução direta, tudo o que conseguiram em retorno foram as respostas de sempre ou o eterno silêncio da atual gestão.
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