São Caetano de Odivelas fica distante 100 quilômetros de Belém e tem um potencial grande para o turismo ecológico. O acesso é pela rodovia PA-140, que está em ótimo estado de conservação. No portal da cidade, esculturas de caranguejo, peixe, boi de máscara e do padroeiro São Caetano dão as boas-vindas e pedem para que voltem sempre à cidade. Os quatro elementos definem as riquezas, belezas, manifestações culturais e religiosas de Odivelas.
A história do município está ligada à presença de Jesuítas no século XVIII. Com sede às margens do rio Mojuim, a cidade recebe visitantes do mundo inteiro para conhecer essa parte da Amazônia que é banhada por água doce e mar.
Conheça o paraíso natural chamado São Caetano de Odivelas
A pesca e mariscagem movimentam a economia junto com a “tiração” de caranguejo. Estas atividades estão interligadas com a cadeia do turismo, tanto gastronômico quanto ecológico. O empreendedor Antônio Nascimento, 67 anos, mais conhecido por “Careca”, tem uma lancha na qual leva grupos de turistas para a pesca esportiva e também para conhecer as praias e ilhas do município. “A reação deles quando se deparam com as nossas paisagens é extraordinária! Não canso de ver a surpresa deles com as nossas praias e com o tamanho dos peixes que eles pescam”, comentou.
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Ele contou que os passeios tendem a durar o dia inteiro. “Começa às 8h e vai até as 18h ou um pouco mais. O pôr do sol precisa ser contemplado, depois da pesca e do banho de praia. A revoada de guarás, garças e outras aves fecham com chave de ouro o passeio. Isto porque nós somos berçários para a reprodução destas espécies”, descreveu sobre o que o roteiro oferece. “O nosso mangue é um dos mais preservados e São de Odivelas é um dos maiores polos pesqueiros do Brasil”, acrescentou. As melhorias pescarias esportivas dependem das fases da lua, conforme explica Careca. “Sempre no quarto minguante e no quarto crescente são os melhores períodos”, ressaltou.
O empresário Renan Sawada, 35, frequenta Odivelas desde os cinco anos de idade. Acompanhava o pai na pesca e acabou pegando gosto pelo esporte. Já viajou para várias cidades no Brasil para prática do ‘pesque e solte’, mas tem em São Caetano as melhores vivências. “Primeiro que é um local de fácil acesso e perto de Belém. Tem uma natureza incomparável e com potencial pesqueiro. É uma região que possui uma quantidade abundante de robalo (também chamado de camurim em algumas regiões) e pescada amarela”, ressaltou.
Para quem tem a pesca como esporte, Sawada define a cidade como um paraíso, a começar pela paisagem e pela variedade de pescado. “Xaréu, arraia, corvina, pirapema, robalo e pescada amarela são as que predominam”, apontou. Ele faz questão de fotografar cada peixe que fisga e exibe os animais como um troféu antes de devolver para água.
Como não pode faltar história de pescador, ele lembrou de uma vez em que ele e o barqueiro que o levou para a pescaria pegaram o mesmo peixe. “Ninguém acredita! Jogamos a isca no mesmo cardume e quando nos deparamos estamos puxando o mesmo peixe. Nunca tinha visto o mesmo peixe fisgar duas iscas ao mesmo tempo”, relatou.
Segundo o secretário municipal de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer, Airton Neto, São Caetano de Odivelas tem 62 piloteiros cadastrados (como são chamam os barqueiros que trabalham como guias). Eles formaram uma associação para regularizar a atividade e receber capacitação da prefeitura. “Tem piloteiro que fez curso de inglês”, frisou. “No geral, são moradores nativos que conhecem a região como ninguém e sabem os melhores lugares para a pesca e para o passeio”, completou.
Em relação às praias, ele destacou que elas só aparecem na vazante da maré e ficam distante entre 15 a 40 minutos de barco da cidade. As praias se formam nas ilhas e barrancos de areia no meio do rio na maré baixa. “São cinco praias somente nossas e outras que a gente tem áreas limites com outros municípios. A mais conhecida é a praia do Rato”, citou o secretário. Tem ainda as praias do Fuzil, do Marinheiro, da Areia Branca e a da Bragança. As ilhas em frente à cidade apresentam uma paisagem espetacular e uma natureza exuberante por serem berçários de várias espécies da fauna e da flora.
A ilha de São João de Ramos é uma das poucas povoadas. Nela moram aproximadamente 300 famílias. A comunidade aguarda que uma escola construída na década de 1950 seja tombada como patrimônio histórico. Quem chega é recebido por uma estátua de Santa Quitéria, padroeira da comunidade.
Outro segmento que vem crescendo em São Caetano de Odivelas é o turismo de aventura. “A trilha do mangue tem atraído ciclistas e motociclistas adeptos ao ‘off-road’. É um percurso de quase 50 quilômetros feito em áreas onde não há caranguejo e outros animais. É proibido sair do caminho indicado por causa da preservação e a trilha tem períodos que podem ser feita”, ressaltou Neto.
“Os nossos igarapés também são bastantes procurados e em alguns deles há trilhas onde os turistas conhecem a flora e espécies nativas da região. Qualquer atividade turística que se faça em São Caetano de Odivelas está interligada ou ligada a natureza”, finalizou o secretário.
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