Um crime que chocou o sudeste paraense volta a ser o centro das atenções no Estado. Na manhã desta quarta-feira (4), começou o julgamento sobre o assassinato de um menino de 9 anos e de uma menina de 12 anos, cujo réu é o própio padrasto dos dois irmãos, que ainda responde pelas tentativas de homicídio da mãe das crianças, sua companheira na época, e de outra filha dela, de 6 anos.
A audiência, que iniciou por voltas das 10h, ocorre no Fórum Criminal, localizado no bairro da Cidade Velha, em Belém, e há apenas um réu: o padrasto dos irmãos, José Carlos Anjos dos Santos, de 43 anos, acusado de ter executado o assassinato. O crime foi cometido em 2017, no município de Curionópolis, sudeste do estado.
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Entre as testemunhas que serão ouvidas neste primeiro dia está Adriana Matos Alves, mãe das vítimas. Segundo ela, José Carlos começou a demonstrar tendências violentas pouco depois do início do relacionamento, cerca de quatro meses após ir morar na casa dela. Ela conta que sofria maus tratos por parte deles, tendo sido espancada repetidas vezes, mas não conseguia sair da relação abusiva. Após expulsá-lo de sua casa, ele sempre retornava algum tempo depois.
Marcos Alexandre Alves Souza, de 9 anos, foi morto a pauladas. O réu é acusado de usar uma trava de madeira que fechava a porta da casa para matar o enteado. Já a menina Lara Munique Alves Souza, de 12 anos, teria sido espancada brutalmente pelo padrasto e não resistiu aos ferimentos. Na época, a brutalidade do crime e a frieza do assassino causaram grande comoção na opinião pública paraense.
Sobre o dia do crime, Adriana disse que tudo teria começado quando ela pediu ao companheiro que diminuísse o volume do aparelho de som da sala. Depois disso, ela não consegue lembrar de mais nada, pois ficou inconsciente depois de ser agredida com um soco por José Carlos.
Ela disse ainda que, após o crime, a filha de 6 anos (hoje com 10 anos) revelou que o padrasto “reinava” com as crianças sempre que ficava sozinho com elas na residência. O acusado, acrescentou Adriana, também costuma matar todos os gatos que encontrava pela casa ou vizinhança, inclusive na frente das crianças.
Na época do crime, em maio de 2017, Adriana e uma terceira filha, então com 6 anos, também foram agredidas com um pedaço de madeira pelo acusado. As duas, porém, conseguiram sobreviver. Ambas foram levadas em estado grave para o Hospital de Curionópolis. Devido aos ferimentos, Adriana não teve sequer a possibilidade de acompanhar o velório e sepultamento dos filhos.
José Carlos poupou apenas o filho caçula, de 3 anos. Após cometer os crimes, ele levou a criança até a casa da avó materna, e disse que a mãe havia levado os enteados ao médico. Horas depois, já foragido, o próprio assassino telefonou para uma cunhada e confessou o crime. O acusado só foi preso alguns dias depois, em São Paulo.
Segundo apurou a equipe de reportagem, o julgamento deve seguir até o início da noite desta quarta-feira (7), quando a sentença deve ser anunciada. O DOL seguirá atualizando as informações sobre o julgamento.
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