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DIA DAS MÃES

Maternidade na adolescência: desafios, traumas e conquistas

A situação de vulnerabilidade social, a falta de educação sexual e de planejamento familiar estão entre alguns dos fatores para que elas se tornem mães cada vez mais precocemente.

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Imagem ilustrativa da notícia Maternidade na adolescência: desafios, traumas e conquistas camera Com 15 anos, Luane Cristina está grávida de 2 meses e entrou para as estatísticas de gravidez na adolescência. | ( Reprodução )

Ser mãe é uma dádiva divina e transforma a vida de toda mulher que vive essa experiência. Nessa semana do Dia das Mães, vamos falar sobre os desafios, medo e inseguranças da maternidade na adolescência, afinal, para o bebê, a mãe é sempre vista como quem protege, nutre e cuida. No entanto, quando a gestação acontece de forma precoce, na puberdade, os desafios são ainda maiores e o desenvolvimento de mãe e filha/o passa a ser conjunto.

De acordo com dados publicados no início do ano pelo Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc) do Sistema Único de Saúde (SUS), um em cada 7 bebês nascidos no Brasil em 2020 tinha mãe adolescente. Apesar da tendência de queda observada nos últimos anos, esse número ainda é preocupante.

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Ainda segundo o Sinasc, cerca de 1043 adolescentes se tornam mães no Brasil todos os dias, 44 delas a cada hora. Em 2019, foram quase 420 mil nascimentos de filhos de mães adolescentes (14,7% do total dos partos). Em 2020, foram 380.780 (14% dos partos), e quase 18 mil deles em garotas de 10 a 14 anos.

"Não me arrependo de ter engravidado da minha filhota, que eu amo muito. Mas, se eu pudesse eu teria voltado e teria feito tudo diferente, eu teria me estruturado e dado tudo o que ela precisava", revela.
📷 "Não me arrependo de ter engravidado da minha filhota, que eu amo muito. Mas, se eu pudesse eu teria voltado e teria feito tudo diferente, eu teria me estruturado e dado tudo o que ela precisava", revela. |( Reprodução )

Mãe aos 15 anos, a auxiliar de cozinha Renata Miranda, 33 anos, destaca que hoje teria maiores cuidados para não dar à luz tão cedo. "Não me arrependo de ter engravidado da minha filhota, que eu amo muito. Mas, se eu pudesse eu teria voltado e teria feito tudo diferente, eu teria me estruturado e dado tudo o que ela precisava", revela.

Na época, a maior dificuldade foi ter que lidar com julgamentos e preconceitos que surgem durante a gravidez na adolescência, "mas eu percebi que eu amadureci durante esse tempo, pois aprendi a não ver mais as minhas necessidades e, sim, as dela", desabafou.

PRECONCEITO CAUSA TRAUMAS

Marta Mardock, terapeuta de família e casais, explica que a gestação na adolescência pode trazer efeitos profundos na vida delas, pois na vida passamos por vários ciclos ou fases que são: infância, adolescência, fase adulta e velhice; e existe também as fases de transição que são a puberdade e a juventude. “Cada uma dessas fases possui suas características distintas. É importante frisar que, a cada novo ciclo que adentramos, precisamos agir de acordo com as peculiaridades desse ciclo. É necessário respeitar cada fase e vivê-la em sua plenitude”, explica.

A profissional ressalta que a gravidez e maternidade na adolescência é um exemplo de alteração na ordem natural da vida humana, pois o corpo adolescente ainda está em desenvolvimento, ou seja, sua mente, suas emoções, sua biologia de forma geral ainda está em processo de crescimento, essa adolescente não terá maturidade suficiente para gestar uma criança.

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“O resultado é carga emocional pesada, distúrbios psicológicos, vida social prejudicada, saúde fragilizada por conta do acúmulo de hormônios no corpo, “sem contar com os riscos dessa gravidez precoce, tanto para a mãe como para o bebê” ressalta a terapeuta.

Com 15 anos, Luane Cristina está grávida de 2 meses e entrou para as estatísticas de gravidez na adolescência. A situação de vulnerabilidade social, a falta de educação sexual e de planejamento familiar estão entre alguns dos fatores para que elas se tornem mães cada vez mais precoce.

Luane conta como foi quando soube que estava grávida. “Quando eu descobrir, me sentir a pessoa mais só do mundo. Mas, minha família está me dando apoio de todos os jeitos”, afirmou. Ela conta ainda que desde que soube, contou ao namorado, mas ele negou que que o bebê fosse dele e não quis assumir. Apesar te tudo, ela afirma que iniciou o pré-natal e continua frequentando as aulas, na esperança de dar uma vida melhor para o seu filho no futuro.

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