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IMPOSSIBILITADO

Gavião cortado por linha com cerol em Belém não pode voar

Resgatada pelo Batalhão de Polícia Ambiental, ave foi encaminhada para a Ufra onde recebe os cuidados dos veterinários

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Imagem ilustrativa da notícia Gavião cortado por linha com cerol em Belém não pode voar camera Médica veterinária mostra a atual situação da ave | Reprodução RBATV

A utilização de linha com cerol - mistura de cola com vidro -, e da linha chilena, produzida com uma mistura de óxido de alumínio e outros materiais abrasivos, durante a brincadeira com pipa, apresenta diversos riscos à vida, que podem causar acidentes graves e até mortes não só de pessoas como de animais silvestres.

A maioria dos incidentes ocorre no período de junho a setembro, quando predominam os dias ensolarados e os ventos são mais intensos, propiciando o que se chama de "a época de soltar pipas". E é justamente durante esse período que os "papagaios" são vistos com maior frequência nos céus paraenses que algumas aves acabam sendo feridas.

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É o caso de um gavião carijó que está há cerca de um ano em tratamento no Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Selvagens da Universidade Federal da Amazônia (UFRA). A ave foi resgatada em Belém, pelo Batalhão de Polícia Ambiental da Polícia Militar (BPAPM), e atualmente vive sob os cuidados da equipe da universidade.

De acordo com a médica veterinária Arianne Carreira, o animal chegou ao local com lesões graves que agora o impossibilitam de voltar à natureza.

"Esse gavião carijó deu entrada com a gente há aproximadamente um ano, após ter sido resgatado pelo BPA e eles trouxeram para a gente esse histórico de que ele chegou com uma lesão causada por linha de pipa. Ele passou um longo tempo em tratamento, mas infelizmente a lesão foi irreversível e hoje esse animal não voa. Então, ele tem essa limitação que impede sua volta à natureza", comenta a médica veterinária Arianne Carreira.

A especialista explicou que a linha revestida com cerol cortou a pele e o osso da asa da ave de rapina durante o voo. No momento do acidente, o animal ainda sofreu com ferimentos causados pela queda no solo.

"É muito triste quando um animal não consegue voltar à natureza por causa de um ferimento provocado pela ação humana. Agora, o que nós tentamos fazer aqui é dar a melhor qualidade de vida para ele", ressalta Arianne Carreira, lembrando que essa não foi a única ave ferida por cerol a passar pelo centro de reabilitação.

"Desde o início das atividades do nosso setor, o primeiro paciente foi um urubu, que deu entrada com o mesmo tipo de ferimento. Ele também ficou muito tempo internado com a gente e acabou tendo amputação de asa", recorda.

Proibição

No Pará, desde maio deste ano, a fabricação, comercialização e utilização do cerol, da linha chilena e de produtos similares estão proibidas. Na ocasião, o governador Helder Barbalho sancionou a Lei nº 9.597/22, de autoria da deputada professora Nilse (PDT). A nova legislação foi aprovada por unanimidade pela Alepa, no início do mês passado.

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