Em uma região como a Amazônia, recheada de rios, ilhas, comunidades ribeirinhas e cidades sem acesso por estrada ou aeroportos, o transporte fluvial se apresenta como um importante e tradicional meio de transporte, representando toda a possibilidade do direito de ir e vir de milhares de pessoas.
Infelizmente, este meio de transporte tão representativo da região não está livre de histórias trágicas. O naufrágio ocorrido nas proximidades de Cotijuba, na manhã desta quinta-feira (8), e que teve pelo menos 11 mortos, foi uma tragédia que comoveu todo o Estado. Entretanto, não foi o primeiro caso do tipo.
Responsável pela embarcação que afundou já foi identificado
A seguir, vamos relembrar alguns casos de naufrágios históricos relacionados aos naufrágios no Pará.
HISTÓRICO ANTIGO
Mesmo após tantos anos, muitos não conseguem esquecer uma das maiores tragédias marítimas da história do Pará. Em julho de 1988, o barco "Correio do Arari" afundou, matando 57 passageiros na Baía de Guajará, próximo à Ilha das Onças, na área conhecida como "Cemitério dos navios". A embarcação pertencia à prefeitura de Cachoeira do Arari. Esse acidente chegou a ser considerado o maior nos rios do Pará pelo número de vítimas. A embarcação tinha capacidade para transportar 60 pessoas, mas estava com 120 pessoas, além de um grande volume de carga, considerada imprópria para um barco de passageiros.
RESGATES
Os momentos de desespero e as perdas sofridas em cada caso são eternas para quem viveu ou perdeu um familiar em um naufrágio. Em alguns casos, a dor poderia ser maior se não fosse o esforço de agentes de segurança, como o Corpo de Bombeiros e Capitania dos Portos, para ajudar a resgatar as vítimas dos incidentes.
No Rio Tocantins, em novembro de 2015, uma embarcação que transportava seis professores naufragou próximo ao município de Cametá, região nordeste do Pará. O grupo foi resgatado por ribeirinhos e ninguém ficou gravemente ferido. O motivo do naufrágio foi uma colisão entre a embarcação que conduzia os professores e um barco que passava no local.
Em agosto de 2016, nove pessoas foram resgatadas após um naufrágio na ilha de Mosqueiro, após o barco "Francisco de Assis" colidir com pedras em uma praia conhecida como Prainha.
Em dezembro do mesmo ano, uma embarcação sofreu acidente e naufragou na baía do Marajó, próximo ao município de Ponta de Pedras. Na época do acidente, testemunhas disseram que a maresia estava muito forte no local. A Capitania dos Portos informou que 21 pessoas foram resgatadas, enquanto uma morreu no naufrágio.
Um dos casos mais emblemáticos ocorreu no dia 16 de abril deste ano. Seis pessoas foram resgatadas após usarem um bilhete para informar o naufrágio. A ajuda chegou depois que eles escreveram uma carta e colocaram em uma garrafa pet amarradaem uma boia. "Precisamos de ajuda. Nosso barco pegou fogo, estamos há 13 dias na ilha das flechas sem comida. Avise nossa família", escreveram os náufragos, que informaram também os contatos telefônicos de seus familiares.
"CAPITÃO RIBEIRO"
Em 2017, uma embarcação com 49 passageiros naufragou, em uma área denominada Ponte Grande do Xingu, localizada entre os municípios Porto de Moz e Governador José Porfírio. De acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), 19 mortes foram confirmadas e 23 pessoas foram resgatadas com vida.
Na época, O navio "Capitão Ribeiro" zarpou de Santarém, no oeste paraense, e seguia viagem para Vitória do Xingu, sendo que estavam programadas paradas nos município de Monte Alegre e Prainha. A principal suspeita é a de que uma tempestade tenha provocado o naufrágio.
VILA DO CONDE
As tragédias envolvendo naufrágios no Pará não afetam apenas vidas humanas. Em 2015, milhares de bois morreram afogados e outros ficaram à deriva na baía doGuajará após um naufrágio em Vila do Conde, Barcarena, nordeste do estado. O Sindicatos dos Portuários e dos Guardas Portuários estima que cerca de quatro mil animais estavam na embarcação.
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